Mafalda, uma bebé de um ano de idade, foi diagnosticada com um distúrbio alimentar e recusa a comida. É alimentada por uma sonda e os pais, naturais de Monção, já encontraram um tratamento com alta taxa de eficácia para o problema da filha. O internamento numa unidade especializada na Áustria pode custar cerca de 16.000 euros, valor em que acresce as despesas de estadia e viagem. Por isso, a família lançou uma angariação de fundos (aqui).
A bebé, que nasceu em França, nasceu com apenas 41 centímetros e 2,8 quilos. Desde os “primeiros dias” que a alimentação foi “difícil”. Não aumentava o peso, então os pais foram aconselhados a complementar a alimentação com biberão. “Era complicado porque ela recusava sistematicamente”, explica a mãe Daniela Lima.
Um dia inteiro sem se alimentar
O primeiro dia de alarme foi em agosto de 2021. Ficou um dia inteiro sem se alimentar, ela simplesmente recusava. “A única maneira que encontramos para a alimentar foi colocá-la na banheira com água morna e então conseguimos lhe dar alguns mililitros de leite mas uma quantidade muito insuficiente. Como ela aceitou beber algum leite uma vez submersa na água, pensávamos que ela tinha algum incômodo, alguma dor ou algum traumatismo causado pelo parto”, explica numa publicação nas redes sociais.
Tratamento falhou
Procuraram, por isso, um osteopata e um especialista em cinesiologia. “Tudo indicava que ela sofria de anquiloglossia, que são dificuldades para mover a língua, o que dificultava a amamentação. Então a terapia foi feita com vários exercícios que nós tínhamos de repetir com ela em casa para tentar ‘desbloquear’ a sua língua para ter mais liberdade em engolir o leite. Nós pensávamos que tínhamos encontrado o problema e que ia ser rapidamente resolvido”, continua a mulher que reside em França.
Diagnosticada com anorexia
Com o passar do tempo, a bebé continuava a alimentar-se muito pouco e os pais não desistiram de procurar ajuda. Mudaram de pediatra, foi-lhe receitada um leite hipercalórico e começou a comer alimentos em forma de puré. Mesmo assim, estava-se a desenvolver abaixo dos padrões da sua idade e, em junho de 2022, teve uma gastroenterite. A partir desse momento, “ela recusava se alimentar e podia passar o dia inteiro de estômago vazio”.
“A Mafalda não tinha carências em nada, tinha muita energia e estava sempre de bom humor, e então os profissionais de saúde não se preocupavam muito com o seu caso, pensavam que nós pais exageramos. Como nós insistimos ela foi guardada em observação nos hospital e foi então que ela foi diagnosticada anorética”, conta a mãe.
Aplicação de sonda nasogástrica
Em setembro de 2022, foi colocada uma sonda nasogástrica e, desde aí, a bebé começou a se “desenvolver bem, a crescer e a ganhar peso”. Nove meses depois da introdução da sona, mesmo sendo seguida por “nutricionista, psicólogos ortofonistas e outros profissionais”, Mafalda continua a recusar comida.
Por isso, os pais de Mafalda pretendem realizar um tratamento que lhes foi aconselhado e tem uma taxa de sucesso acima do 90%. Desenvolve-se no Hospital Universitário de Graz, na Áustria, “tem como objetivo de ajudar as crianças que são alimentadas por sonda a aprenderem a se alimentar”. “É um método onde cada criança, cada comportamento é analisado para terem um tratamento adequado a cada um”, explica.
Tratamento na Áustria é o “último recurso”
Este é o “último recurso” e os pais têm “esperança” que possa resultar. Mas a hospitalização neste centro privado tem um custo entre 14 e 16 mil euros, sendo que a este valor acresce a viagem e estadia. É aconselhado que a Mafalda complete o tratamento na companhia dos pais e irmão.
“É por este motivo que estamos a pedir ajuda, porque queremos que a nossa filha tenha uma vida de criança normal”, conclui.