A candidata do Livre à presidência da Câmara de Braga, Teresa Mota, destaca a mobilidade, a habitação e o ambiente como “pontos fulcrais” do seu programa eleitoral para as autárquicas de 26 de setembro.
Em declarações à Lusa, Teresa Mota, empresária de 56 anos, aponta ainda como “fasquia realista” a sua eleição para a assembleia municipal, uma vez que também é cabeça de lista para este órgão.
“O nosso objetivo é chegar a um lugar onde possamos pôr em prática aquilo que defendemos. Temos consciência de que, neste momento, conseguir um lugar na vereação será muito complicado, mas vamos tentar eleger para a assembleia”, refere.
Para a candidata, o mais importante neste momento é “dar a conhecer os valores” do Livre e “ir fazendo todo um caminho” com vista à implantação do partido no concelho.
Teresa Mota já foi a cabeça de lista do Livre por Braga nas eleições legislativas de 2019, tendo então conseguido 1.007 votos.
Para as autárquicas deste mês, aponta a mobilidade como uma das suas prioridades, sublinhando a necessidade de melhorar e reforçar os Transportes Públicos Urbanos (TUB), com vista a desincentivar o uso do automóvel na cidade.
“Queremos uma cidade em que predomine a mobilidade em bicicleta ou a pé, mas a verdade é que, para isso, os TUB têm de ser muito melhorados, em termos de carreiras e de horários”, afirma.
Habitação acessível para todos é outra das ‘bandeiras’ da candidatura, que rejeita uma política habitacional pública “segregacionista”.
“Queremos habitação digna para toda a gente, sem distinção em função de classes sociais”, afirma.
Na questão ambiental, Teresa Mota frisou que uma das prioridades do Livre será a remunicipalização da empresa de água e saneamento do concelho (Agere), que atualmente é detida em 51% pelo município e em 49% por privados.
“Estamos a falar de água, lixos, resíduos, reciclagem, de muita coisa que mexe diretamente com o ambiente”, acrescenta.
Para a candidata do Livre, os sucessivos responsáveis pela gestão do município de Braga têm colocado “um enfoque muito grande” no centro histórico e em alguns locais mais emblemáticos da cidade, “mascarando assim os muitos problemas existentes um pouco por todo o concelho”.
“Os problemas têm vindo a agravar-se ao longo de décadas e décadas, mas a preocupação tem sido apenas maquilhar, em vez de mudar”, critica.
Atualmente, a Câmara de Braga, liderada por Ricardo Rio, é constituída por sete eleitos da coligação PSD/CDS-PP/PPM, três do PS e um da CDU (PCP/PEV). Rio é recandidato, sendo a coligação desta vez reforçada com o Aliança.
O Livre, criado em 2014, tem atualmente oito eleitos locais. Estas são as segundas eleições autárquicas em que participa.
O partido apresentou este ano candidatos próprios às câmaras municipais de Braga, Porto, Leiria, Figueira de Castelo Rodrigo, Peniche, Barreiro, Funchal e Vila Nova de Gaia, e integra coligações em Lisboa, Felgueiras, Coimbra, Cascais, Oeiras e Vila Real de Santo António. Concorre ainda em várias freguesias.