As missas com intérprete de língua gestual na Basílica dos Congregados, em Braga, arrancam no domingo, naquele que pretende ser o primeiro passo fundador de uma “pastoral do surdo” na cidade, informou hoje o reitor do templo.
Paulo Terroso disse que as missas com tradução em língua gestual terão lugar todos os domingos, ao meio-dia.
Para além disso, outras celebrações em quadras “especiais”, como no natal, também poderão ser “ouvidas” pelos surdos.
“Encaramos isto como sendo o nível 0.1 de todo um trabalho que queremos desenvolver para uma inclusão plena da comunidade surda”, sublinhou Paulo Terroso.
Segundo o reitor da Basílica dos Congregados, a ideia é criar um “centro catequético” para aqueles que não ouvem, onde haja uma tradução “o mais abrangente possível”, que vá desde uma “Avé Maria” até aos Evangelhos.
“Começamos pela missa em língua gestual e vamos avançando passo a passo, porque o caminho faz-se caminhando”, referiu.
A tradução será coordenada por Vera Macedo, que já desempenha essa tarefa na escola de Lamaçães, para os alunos surdos.
“Tal como na Biologia ou na Medicina, também há uma linguagem técnica dentro da Igreja, mas Vera Macedo já tem conhecimento do texto do Evangelho, pelo que estou plenamente confiante de que a tradução será fidedigna”, disse ainda Paulo Terroso.
A falta de missas para surdos era “uma inquietação” dos padres da pastoral da cidade de Braga, que identificaram esta necessidade de integração plena dos surdos na celebração da eucaristia.
A escolha da Basílica dos Congregados prende-se com a centralidade do templo.
“A Igreja não deve deixar ninguém de fora, mas a verdade é que, até aqui, em Braga não havia missas para surdos”, concluiu.
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