“Quando se faz o Tombo do Hospital do Espírito Santo, em 1499, diz-se que a Misericórdia já existia. Ou seja, a Misericórdia não é de 1500, mas de 1499”. A revelação foi feita, na manhã desta sexta-feira, no colóquio “521 anos da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos e uma visão para o futuro”, por Isabel dos Guimarães Sá.
A professora e investigadora da Universidade do Minho analisou documentação da época que permitiu assegurar, na sua intervenção, que “hoje sabemos e temos comprovativos de que [a Misericórdia de Barcelos] já existia no início de 1499”.
Em comunicado, a instituição nota que esta informação faz crer que a Santa Casa da Misericórdia de Barcelos é, então, mais antiga do que se julgava, esclarecendo a dúvida que existia quanto à fundação da instituição.
O colóquio “521 anos da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos e uma visão para o futuro” decorre, esta sexta-feira, no Auditório da Misericórdia de Barcelos e conta com a participação de especialistas e investigadores da área do património e dos arquivos, numa reflexão sobre a importância e significado da preservação da história das instituições e do seu património documental, tornando-o, ainda, acessível a todos.
Esta manhã, além de Isabel dos Guimarães Sá – que apresentou o tema “O quotidiano em Barcelos através do Tombo da sua Gafaria, de finais do século XV” –, intervieram Mariano Cabaço, da União das Misericórdias Portuguesas, que apresentou o tema As Misericórdias no presente: Contextos e Oportunidades”, e Pedro Penteado, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, que apresentou o tema “Os arquivos e o património arquivístico nas Misericórdias: uma perspetiva integrada”.
À tarde, o investigador António Afonso apresentará o tema “Camilo Castelo Branco e o último enforcado em Braga: o papel das Misericórdias”. Decorrerá ainda uma mesa-redonda “À conversa em torno do papel do Arquivo Leonor na salvaguarda do património documental das Misericórdias: possibilidades e desafios”.