Ministro defende zona livre tecnológica em Guimarães para criar a “Fábrica do Futuro”

Foto: CM Guimarães

O ministro da Economia, António Costa e Silva, salientou a importância da criação de uma “Zona Livre Tecnológica em Guimarães para a Fábrica do Futuro”, numa conferência subordinada ao tema “Economia e Sustentabilidade”, ontem, no Teatro Jordão.

A conferência esteve integrada no programa do mês da Economia e contou com a presença de Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães, António Cunha, presidente da CCDR-N, e António Costa e Silva, ministro da Economia e do Mar.

Na abertura da conferência, Domingos Bragança, presidente da Câmara, classificou o caminho da sustentabilidade como “fundamental” e a descarbonização como o “desafio do futuro”.

Domingos Bragança disse que Guimarães está neste caminho da sustentabilidade, em primeiro lugar, para que o território seja um território onde é bom viver, e para servir de inspiração a outras cidades médias de todo o mundo. “A dupla transição energética e digital é uma mudança essencial para a construção de um território que não gaste mais recursos do que aqueles que o planeta Terra disponibiliza”, afirmou.

Para o autarca, a construção da “Fábrica do Futuro”, através da reconversão do “chão de fábrica vimaranense”, é um dos objetivos para o desenvolvimento económico do território, e pressupõe a incorporação do mais recente conhecimento nos processos produtivos, da utilização dos dados, provenientes da sensorização e digitalização, e dos automatismos que a robótica proporciona, entre outros.

“Fábrica do Futuro” que António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, referiu no seu discurso de encerramento, quando disse que uma Zona Livre Tecnológica, a criar em Guimarães, virá a constituir-se um instrumento de experimentação decisivo para um futuro diferente numa economia de base vincadamente industrial.

António Costa e Silva disse que “o futuro exige soluções” e que dos seis mil milhões de euros que as cerca de 16 mil empresas de Guimarães faturam anualmente, mais de metade são gerados na indústria de base tradicional.

O ministro da Economia e do Mar apontou três vértices como essenciais para a transformação do “chão de fábrica”: a robotização, a utilização de sensores e de IA e a utilização de biomateriais, através da interação entre biologia e computação.

O ministro da Economia e do Mar falou ainda da importância de uma economia circular para reduzir o consumo de grandes quantidades de combustíveis fósseis, de que dependemos fortemente nas últimas décadas, e apontou a Natureza como um exemplo da perfeita sintonia entre desperdício e recurso, “…onde o lixo de torna húmus”. “Temos a nossa Agenda Verde para a indústria têxtil, que é um passo importante para evitar o colapso no nosso planeta”, disse.

Um dos momentos mais importantes do evento foi o painel de discussão “Construir uma Economia Net Zero: o contributo das políticas públicas e privadas”, moderado por Paulo Ferreira, do jornal Observador, que juntou, além de Domingos Bragança, Isabel Loureiro, coordenadora da Estrutura de Missão 2030, Ricardo Esteves, da Hellonext – Grupo Petrotec, Martim Grange, da Leroy Merlin, e Sérgio Ribeiro, da Planetiers, e serviu para discutir assuntos relacionados com boas práticas de descarbonização nas empresas e nos territórios, através da utilização de meios de mobilidade sustentável, economia circular, cálculo da pegada ecológica dos produtos, entre outras medidas.

Em seguida, falou-se da importância da Ciência na Transição Verde, com as apresentações do trabalho efetuado na CVR – Centro para a Valorização de Resíduos, PIEP – Polo de Inovação para a Engenharia de Polímeros, Laboratório da Paisagem, To Be Green e Lameirinho.

António Cunha, presidente da CCDR-N, em jeito de conclusão, considerou todo o programa de “Economia – Inovação & Fábrica do Futuro” um momento importante para a “afirmação de Guimarães no domínio da Economia”. Para o presidente da CCDR-N, as transições energética e digital já estão a acontecer nas empresas, através das suas estruturas de inovação, e considera que, hoje, o desafio é “manter a economia com menos recursos naturais”.

O mais alto responsável pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, realçou que “Guimarães consegue estar centrada na atividade industrial e apostar na cidade verde e no Património”, o que considera pilares compatíveis.

 
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