O ministro da Agricultura e Pescas José Manuel Fernandes, natural de Vila Verde, criticou o ataque que diz, constantemente, ser feito ao consumo moderado do vinho, afirmando que o mesmo faz parte “do nosso modo de vida”.
O momento, protagonizado em resposta ao deputado Jorge Pinto do Livre, durante uma reunião da Comissão de Agricultura e Pescas, foi editado e partilhado em vídeo nas redes sociais contando já com milhares de partilhas, muitas delas acompanhadas de elogios por causa do discurso “muito terra-a-terra” do antigo eurodeputado e presidente da Câmara de Vila Verde.
“Este ataque que faz diminuir o consumo é verdadeiramente inaceitável. O vinho faz parte do nosso modo de vida […]. Até a missa não se faz sem o vinho, faz parte da nossa raiz, da nossa cultura”, afirmou o político e engenheiro, defendendo que o consumo deve ser moderado mas não proibido ou ameaçado.
O ministro esclareceu na sexta-feira, no parlamento, que o apoio de 15 milhões de euros para o setor do vinho, que foi recentemente anunciado, constitui um “paliativo”, que ainda não foi aprovado.
A Comissão Europeia anunciou a atribuição de 15 milhões de euros da União Europeia para apoiar produtores de vinho portugueses com graves perturbações do mercado, num ‘bolo’ total de 77 milhões de euros para quatro países.
O governante lembrou que neste pacote estão incluídos 15 milhões de euros para Portugal, quando a proposta prevê ajudas para outros Estados-membros, nomeadamente para a fruta e legumes devido às intempéries.
José Manuel Fernandes considerou que este é “um pequeno paliativo” e não a solução para o problema do setor.
O titular da pasta da Agricultura referiu também partilhar da posição dos deputados quanto à necessidade de “usar bem” os 15 milhões de euros propostos e de fazer chegar este montante ao setor.
Contudo, assinalou que a destilação de crise “é um último recurso ou um recurso excecional”.
Assim, prometeu que o Governo vai “reforçar brutalmente” a fiscalização da entrada de vinho ilegal no país.
“Não podemos proibir a importação, mas vamos ter uma atitude proativa“, rematou.