O Governo investiu cerca de sete milhões e meio de euros na GNR, em todo o distrito de Braga, para além das despesas correntes de manutenção e funcionamento visando a melhoria e a eficiência da operacionalidade da GNR e da PSP, além das condições de trabalho, anunciou esta quinta-feira, em Braga, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
A próxima iniciativa concreta será na próxima segunda-feira, em Guimarães, com o lançamento do novo posto da GNR de Lordelo, através de um protocolo em que o Ministério da Administração Interna financiará a obra, cabendo à Câmara de Guimarães elaborar o respetivo projeto, correspondendo assim a colmatar as instalações muito degradadas.
A revelação partiu esta quinta-feira daquele membro do Governo, discursando nas cerimónias do Dia da GNR de Braga, segundo o qual o posto da GNR das Taipas, em Guimarães, também será intervencionado, o Destacamento da GNR de Guimarães, da Esquadra da PSP de Vila Nova de Famalicão e o Centro de Meios Aéreos de Fafe da GNR.
José Luís Carneiro referiu-se depois ao investimento em veículos e em equipamentos diversos no distrito de Braga, a GNR e a PSP, tendo “sido já entregues às forças de segurança, no acumulado dos anos de 2017 a 2021, um total de 101 viaturas, bem como 368 armas e acessórios, 1.024 equipamentos de proteção individual e 68 equipamentos para funções especializadas, o que representa até à data um investimento de 2.746.107 euros, um milhão e meio dos quais só à GNR”.
“Não obstante todo o esforço de investimentos, todos os dias estamos em alerta, procurando dar resposta às dinâmicas permanentes da sociedade e aos enormes desafios que se coloca à segurança interna, no propósito permanente de Portugal continuar a ser um dos países mais seguros do Mundo”, acrescentou ainda no seu discurso, em Braga, José Luís Carneiro.
Proximidade da GNR às populações
“Destaco aqui a relevante dimensão de proximidade com a população mais idosa deste distrito de Braga, onde a Guarda Nacional Republicana tem vindo a desenvolver um importante trabalho de mapeamento e de acompanhamento dos idosos em situação de isolamento ou vulnerabilidade, sendo neste contexto, o ‘Censos Sénior 22’, conduzido pela GNR, fulcral para o diagnóstico e resposta às necessidades específicas dos cidadãos mais velhos”, disse o ministro José Luís Carneiro.
“A forte ligação da GNR aos problemas vividos pelas gentes que serve assume aqui uma especial sensibilidade quando abordamos o flagelo da violência doméstica e na véspera do dia em que se assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, gostaria de sublinhar o aturado trabalho da GNR de Braga no acompanhamento da criminalidade associada àquela tipologia de violência”, salientou esta quinta-feira o ministro da Administração Interna.
“Este Comando Territorial da GNR de Braga abrange uma área de 2.600 quilómetros quadrados e serve uma população de mais de 600 mil habitantes, distribuídos por 14 concelhos, sendo uma unidade operacional cujas atribuições e missões espelham a diversidade deste território que se estende do litoral ao interior de importante malha urbana e grande dispersão rural”, disse o ministro, que estava acompanhado pelo novo comandante-geral da GNR, tenente-general Santos Correia.
“Esta circunstância atribui características particulares às necessidades das populações e à tipificação da criminalidade, levando à necessária articulação operacional entre as forças de segurança, complementando as suas diversas atribuições”, referiu o ministro da Administração Interna, que depois galardoou alguns profissionais do Comando da GNR de Braga.
“A presença operacional do Comando Territorial de Braga da GNR, que é visível na estrutura organizacional e no seu posicionamento na malha geográfica do distrito de Braga, compreende um conjunto diversificado de destacamentos que atuam prontamente no combate às diferentes formas de criminalidade e de delinquência”, acrescentou também o ministro.
“Dados provisórios analisados respeitantes à criminalidade participada pelas forças e serviços de segurança, nos anos de 2019 e de 2022 (2020 e 2021 por serem atípicos não foram contabilizados), apontam para níveis de criminalidade geral que mantém valores quase idênticos, registando-se sim uma acentuada diminuição global (não discriminada por tipologias) dos valores da criminalidade violenta”, revelou ainda o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
“É verdade que falta uma análise mais fina da realidade observada, mas o que merece mais relevo é o trabalho realizado pelos efetivos da GNR que têm contribuído na generalidade para a manutenção de patamares elevados de segurança em todo o distrito de Braga”, disse aquele membro do Governo nesta cerimónia nos Claustros do Seminário Menor de Braga.
Entretanto, o titular da pasta da Administração Interna considerou que “quando os focos de delinquência e criminalidade chegam ao conhecimento das forças de segurança e da administração da justiça, então a sociedade já falhou a montante, pois nunca esqueçamos que é a montante que se combatem os fenómenos sociais, exigindo-se esforços não só de todos as forças e de todos os serviços de segurança, mas também intervenções multidisciplinares, neste caso sempre a montante, para se desenvolver uma cultura de segurança nesta fase complexa da vida contemporânea”, afirmou José Luís Carneiro.
Aumentos salariais que já são realidade
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou que “a nível salarial concretizam-se os aumentos dos índices remuneratórios na carreira de agentes e guardas das forças de segurança entre 8,95 por cento e 12,71 por cento, o que significa estarmos a falar de aumentos entre os 90 e os 107 euros, conforme as respetivas posições remuneratórias”.
Discursando perante as forças em parada, durante o Dia da GNR de Braga, José Luís Carneiro recordou que “em janeiro procedemos ao aumento relativo à componente fixa do suplemento por serviço e risco nas forças de segurança, que passou de 31 euros para 100 euros, com impacto anual de 50 milhões de euros”, ao mesmo tempo que “continuaremos a pagar os retroativos de suplementos remuneratórios não pagos, em períodos de férias, aos elementos da GNR e da PSP, que teve já início em 2020 e está a ser pago de forma faseada até 2023, à razão de 28 milhões e meio de euros por ano”.