Ministra do Ambiente reitera ‘ok’ do ICNF a obras na “cascata do Tahiti”

Maria da Graça Carvalho
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, reiterou a autorização do ICNF para obras na Cascata do Tahiti, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, empreendimento da responsabilidade da Câmara de Terras de Bouro.

O começo das obras foi anunciado pelo presidente da Câmara, Manuel Tibo, para há dez dias atrás, 01 de agosto, mas ainda não se iniciaram, enquanto partidos como o PCP e o PAN, a par da Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS), já se manifestaram contra o tipo de intervenção prevista por aquela autarquia.

“O ICNF emitiu parecer favorável condicionado à proposta de intervenção, apresentada pela Câmara Municipal de Terras do Bouro, sujeitando ao cumprimento de um conjunto de requisitos que visam a minimização do impacto causado pela intervenção”, conforme refere em resposta oficial, a Assessoria da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.

“A proposta de intervenção permitirá o ordenamento e a melhoria das condições de visitação à Cascata de Barjas [que é mais conhecida por Cascata do Tahiti], minimizando o impacte da presença humana sobre os valores naturais existentes, bem como eventuais riscos associados à utilização de uma área de afloramentos rochosos, ao mesmo tempo que contribuirá para melhorar as condições de resgate e socorro em caso de acidente”, concluiu a resposta ministerial, baseando-se, integralmente, no ICNF.

Na resposta, o Gabinete da ministra Maria da Graça Carvalho endereçou a O MINHO que “os elementos enviados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), na sua qualidade de Autoridade Nacional da Conservação da Natureza”.

Entretanto, O MINHO apurou que além do ICNF, outras entidades se pronunciaram favoravelmente às obras, entre as quais a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), por ser a entidade responsável da gestão e manutenção de todos os recursos hídricos.

A reação contra as obras, também por ambientalistas em particular e cidadãos em geral, é que o projeto, que publicamente não foi revelado, apenas imagens em 3D, irá “artificializar” aquele espaço protegido do único parque nacional português.

Entretanto, o presidente da FAPAS, Nuno Gomes Oliveira, biólogo, chamou a atenção do Parque Nacional da Peneda-Gerês poder perder esse estatuto, por decisão das instâncias internacionais, devido a estas obras e ainda outras já em curso no parque.

 
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