A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social defendeu hoje que “todos os esforços” devem ser feitos para erradicar a pobreza, acrescentado que o Governo espera ter no final do ano números atualizados sobre esta realidade.
“Não devemos ter pobreza e, portanto, devemos fazer todos os esforços possíveis para erradicar a pobreza”, declarou Rosário Palma Ramalho aos jornalistas, após a inauguração da creche e do serviço de apoio domiciliário da Casa do Povo da Vila de Prado, concelho de Vila Verde, que contou com a presença da autarca de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes (PSD).
No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala hoje, a ministra deu conta de que este Governo “já tomou várias medidas nesse sentido”, de diferentes tipos.
“Como o aumento do CSI [Complemento Solidário para Idosos], a atualização das pensões no ano imediatamente subsequente à sua atribuição, o aumento extraordinário das pensões, como o aumento das comparticipações nas várias respostas sociais ligadas à pobreza, e comparticipando de forma mais adequado às instituições do setor solidário, estamos a permitir que elas desempenhem o seu papel junto da pobreza”, detalhou a governante.
Segundo a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, “há um conjunto de medidas muito diversas” que o Governo já implementou, outras que está a implementar e que vai “continuar a implementar” para combater a pobreza.
De acordo com uma análise da Pordata hoje divulgada, os pobres em Portugal estão mais pobres, destacando uma subida da taxa de risco de pobreza pela primeira vez em sete anos, ao passar de 16,4% em 2021 para 17% em 2022.
Questionada sobre estes números e se demonstram que o cenário da pobreza está a piorar em Portugal, a ministra assumiu que “os números dizem que [a pobreza] está a aumentar”, mas lembra que são dados de 2022.
“A mim não me interessa muito se aumenta uma décima ou se diminui uma décima. Em todo o caso, não quero deixar de dizer que os números que estão a ser apresentados são de 2022. Nós, na verdade, esperamos, no final deste ano, ter números mais atualizados. Mas como disse, quer aumente uma décima, quer desça uma décima, é um problema muito grave que estamos a tentar enfrentar, do qual estamos conscientes, que está no programa do Governo e que estamos a tentar sempre fazer diminuir”, assumiu Rosário Palma Ramalho.
Segundo a Pordata, foi no grupo de crianças e jovens que a taxa de risco de pobreza mais se agravou, bem como nas famílias com crianças dependentes, refere a Pordata, em comunicado, sublinhando “o maior aumento da taxa de intensidade de pobreza da última década”.
“Olhando para a intensidade de pobreza, verifica-se o maior aumento desde 2012, de 3,9 pontos percentuais, situando-se nos 25,6% em 2022 (21,7% em 2021)”, observaram os técnicos da base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos.