Graça Fonseca, ministra da Cultura, refutou acusações de fraca gerência da Radio Televisão Portuguesa (RTP) lançadas pelo Partido Social Democrata (PSD) e referiu que estes de criar destabilização nas rádio e televisões públicas com o objetivo de as privatizar no futuro.
No debate, lançado pelo PSD, “RTP – Serviço Público”, foi debatida a recente demissão da direção o canal, gerada pela polémica do alegado cancelamento do programa “Sexta às Nove” e da reportagem sobre a exploração de lítio que, transmitiu durante, a campanha eleitoral legislativa.
Em resposta, a ministra referiu questionar-se que “se o que está em causa não é, mais uma vez, criar uma situação de desestabilização, de ingerência, essa sim do PSD na RTP, para denegrir a RTP e criar condições para voltar a defender a privatização da RTP como já defendeu no passado e gostaria de voltar a defender no futuro”, frisando, “não há frontalidade do lado do PSD para assumir aquilo que quer para a RTP”.
“Que fique muito claro, este Governo nunca defendeu a privatização da RTP, sequer de algum canal da RTP. É uma marca muito importante, uma diferença entre o PSD e o Governo. O PSD defendeu no passado a privatização da RTP. Há outra coisa que diferencia muito bem o Governo do PSD. Ao contrário do PSD, nós não interferimos na RTP, não fazemos nenhum debate sobre a direção de informação da RTP. O PSD, ao trazer para debate em plenário, em plena campanha eleitoral do PSD, uma discussão sobre a direção de informação da RTP é extraordinário como consegue acusar o Governo de ingerência. Não, o Governo não intervém. O Governo não tem tutela”, apontou Graça Fonseca.
Lembre-se que, Maria Flor Pedroso, diretora de informação da estação pública, colocou esta segunda-feira o seu lugar à disposição, expressando que não tem “condições para a prossecução de um trabalho sério”.
Estas declarações vêm como resposta à tenção que a envolveu com a coordenadora do programa “Sexta às 9”, Sandra Felgueiras, incluindo, além da reportagem sobre o lítio, uma investigação sobre o Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCEM), tendo a administração aceitado.
Em causa está um relato feito por Felgueiras, em 11 de dezembro, numa reunião com o Conselho de Redação (CR) a propósito do programa sobre o lítio, em que adiantou que o “Sexta às 9” estava a investigar suspeitas de corrupção no âmbito do processo de encerramento do ISCEM, que passava pelo alegado recebimento indevido de “dinheiro vivo”.
Flor Pedroso foi acusada de ter transmitido informação privilegiada à visada na reportagem [diretora do ISCEM, Regina Moreira], algo que a diretora de informação da RTP “rejeitou liminarmente”, de acordo com as atas do CR e com a posição enviada à redação pela diretora de informação da RTP na passada sexta-feira, a que a Lusa teve acesso.