A ministra da Agricultura e da Alimentação mostrou-se hoje “confiante” de que a quota de pesca de sardinha, para Portugal, este ano, seja superior a 30 mil toneladas, superando os valores de 2022.
Segundo Maria do Céu Antunes, que abordou o tema à margem de uma visita à fábrica de conservas A Poveira, na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, a decisão final, da União Europeia, será conhecida em abril, mas tudo aponta para se concretize um aumento significativo.
“A quota que estamos a pedir que seja fixada para Portugal e Espanha é superior a 50 mil toneladas, o que significa que para o nosso país seja superior a 30 mil toneladas. Isso terá um valor acrescentado para o setor da pesca e da transformação”, disse a governante.
Este aumento dos valores da quota, que tem vindo a ser gradual, e que no passado foi fixado, em Portugal, nas 29.400 toneladas, está, segundo a ministra, relacionado com as medidas de proteção dos ‘stocks’ biológicos desta espécie adotadas pelo país nos últimos anos.
“Durante algum tempo pescamos menos sardinha, porque os nossos ‘stocks’ biológicos estavam em situação de muita baixa densidade. Fizemos a reposição e hoje a quantidade é suficiente, não só para termos maiores capturas, como também para termos a perspetiva de continuar a fazê-lo por mais tempo”, disse Maria do Céu Antunes.
A governante também divulgou que o processo de certificação da sardinha nacional deve estar concluído em agosto deste ano, trazendo “mais-valias” para os pescadores, mas também para a indústria conserveira.
“A certificação dos nossos produtos é determinante e, como vai retroagir para toda a campanha da sardinha, é uma mais-valia, nomeadamente para as indústrias conserveiras, para que possam abraçar novos mercados, que exigem esse nível de qualidade”, apontou.
Maria do Céu Antunes disse, também, estar a acompanhar “com grande interesse” o acordo entre os pescadores do cerco e as conserveiras, para criar uma obrigação de que um terço das capturas sejam canalizadas para esta indústria transformadora.
“Esperamos que seja rapidamente estabelecido, pois vai permitir que não haja desperdício alimentar nem na quota de pesca que temos à disposição”, acrescentou Maria do Céu Antunes.