Ministra admite uso da Força Aérea no helitransporte de emergência médica

Relatório do grupo de trabalho será entregue este mês
Ministra admite uso da força aérea no helitransporte de emergência médica
Foto: Lusa

A ministra da Saúde revelou hoje que o uso da Força Aérea no transporte de emergência médica não está excluído e que o relatório do grupo de trabalho que estuda esta possibilidade será entregue este mês.

Em agosto, o Tribunal de Contas aprovou um contrato por ajuste direto com a empresa Avincis, no valor de 12 milhões de euros e com a validade de um ano, para o fornecimento de helicópteros para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Ana Paula Martins, que está a ser hoje ouvida na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PCP e do PS, sobre o INEM e o procedimento para aquisição de helicópteros de emergência médica, revelou que o ajuste direto está previsto para um ano e não para seis meses por exigência da empresa que ficou com o serviço.

Até final deste período, Ana Paula Martins disse estarem em cima da mesa três cenários: a abertura de concurso público internacional até final do ano; uma solução com as Forças Armadas (FA); e uma solução de concurso internacional em modelo híbrido, usando em parte meios das FA.

“Há um grupo técnico que entregará um relatório sobre este assunto ainda em outubro e que dirá se é ou não possível usar meios das Forças Armadas”, esclareceu a ministra.

Questionada pelos deputados, Ana Paula Martins garantiu que, no máximo, até final do ano, será lançado um novo concurso internacional.

“Pedimos ao novo presidente INEM que estudasse a hipótese de outras empresas, fora da Europa, poderem aparecer a concurso. (…) Uma coisa garantimos: os portugueses e a emergência médica não vão ficar sem helitransporte. Mas queremos ter a certeza de que o interesse público será garantido”, afirmou.

A governante reconheceu a falta de meios no INEM, explicou que o instituto precisa de 47 médicos, 90 enfermeiro e 497 técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) e lembrou que as 200 vagas para TEPH abertas não serão suficientes pois estes profissionais só vão estar formados no início de 2025.

Sobre o uso de meios da Força Aérea, disse ainda que, além das aeronaves, é preciso ter técnicos formados: “Isso leva tempo e podemos não ter tempo para isso”.

Sobre o ajuste direto do helitransporte da emergência médica, que termina em julho de 2025,a ministra disse que o Governo tomou “boa conta” dos alertas deixados pelo Tribunal de Contas – para que dote o INEM que verbas suficientes para lançar novo concurso público – sublinhando que “não é a primeira vez que isso acontece”.

“Eu própria, quando estava em Santa Maria, tivemos pelo menos uma nota semelhante [por ter feito ajuste direto por falta de fundos] dirigida ao anterior primeiro-ministro e ao anterior ministro da Saúde. Mas precisávamos de dar de comer aos doentes e não havia fundos”, contou.

Sobre os bombeiros e os subsídios a atribuir pelo INEM, disse que o Governo transferiu em setembro 20 milhões de euros para os bombeiros e reconheceu que o que não está concretizado é a transferência de capital para aquisição de ambulâncias por parte parceiros do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM).

 
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