O funeral da mulher de 66 anos que morreu após uma operação aos ovários no Hospital de Guimarães já não se vai realizar hoje, porque o Ministério Público (MP), após queixa da família por alegada negligência médica, mandou recolher o corpo para a realização de autópsia.
Segundo o Grupo Santiago, o corpo, que ia a sepultar em Selho S. Jorge, vai ser hoje transportado para o Instituto de Medicina Legal de Guimarães.
Como O MINHO noticiou, Irene Ribeiro morreu, ontem de madrugada, nos Cuidados Intensivos do Hospital de Guimarães, após complicações decorrentes de uma operação aos ovários.
Segundo o Correio da Manhã, durante a cirurgia terão sido perfurados os intestinos, o que provocou uma infeção grave. “Foi operada na terça-feira a um tumor benigno. No final, disseram que correu bem, mas, afinal, não foi bem assim”, conta a filha, Teresa Martins, àquele jornal.
Três dias depois, Irene Ribeiro, que vivia em Fafe mas era natural de Selho S. Jorge, em Guimarães, teve uma paragem cardiorrespiratória, tendo sido induzida em coma e voltado a ser operada. “A médica disse-me que ela tinha tido uma paragem cardiorrespiratória de 10 minutos e que não sabiam até que ponto ia deixar sequelas. Explicou-me que tinha três furos no intestino e que tinham feito um orifício para ligá-lo a um saco de colostomia, mas alertou que a infeção já era muito grande – já que as fezes se tinham espalhado pelo corpo – e para contarmos com o pior”, recorda a filha, acrescentando que a médica a aconselhou a chamar os dois irmãos que estavam no estrangeiro.
Teresa Martins já fez uma exposição no livro de reclamações e vai apresentar queixa-crime contra o Hospital de Guimarães.
Questionado por O MINHO, o Hospital de Guimarães adianta que, “no âmbito da sua política de avaliação de risco e eventos adversos iniciou o processo de inquérito para averiguar, o modo de realização desta cirurgia, o risco associado à sua execução e o contexto – história clínica da paciente”.
“O inquérito encontra-se em curso, não sendo possível, nesta data, antecipar qualquer conclusão”, acrescenta a resposta enviada ao nosso jornal.