Ministério Público arquiva queixa por assédio sexual contra ex-treinador do Famalicão

Por falta de prova

O Ministério Público (MP) arquivou, por falta de prova, o inquérito aberto na sequência das queixas por assédio sexual de jogadoras do Rio Ave contra Miguel Afonso, treinador da equipa feminina do Famalicão quando surgiram as denúncias.

“Não se mostra minimamente indiciada a prática de crime de importunação sexual de menor por parte do denunciado no que à ofendida concerne, determino, sem necessidade de mais considerandos, o arquivamento dos presentes autos, por ter sido recolhida prova bastante da inexistência de crime”, lê-se no despacho de uma magistrada do MP de Vila do Conde, citado pelo Diário de Notícias.

De acordo com a mesma fonte, a única jogadora mencionada é menor e negou qualquer ato impróprio do treinador Miguel Afonso, que foi afastado do futebol quando as queixas se tornaram públicas e sempre manifestou a sua inocência.

O treinador Miguel Afonso fora suspenso, em novembro passado, por 35 meses, na sequência das denúncias de assédio sexual por jogadoras, pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.

A decisão condenou o técnico pela “prática de cinco infrações disciplinares” muito graves, decorrentes de “comportamentos discriminatórios em função do género e/ou da orientação sexual”, punindo-o com 35 meses (quase três anos) de suspensão e 5.100 euros de multa, enquanto Samuel Costa cumprirá ano e meio de suspensão, por três infrações muito graves, com 3.060 euros de multa.

O caso remonta a setembro, quando futebolistas que alinharam na equipa feminina do Rio Ave em 2020/21 denunciaram ações de assédio sexual por Miguel Afonso, então treinador da equipa feminina do clube, com várias jogadoras a formalizarem queixas, juntando-se, dias mais tarde, Samuel Costa, após novas denúncias, com o CD da FPF a instaurar processos a ambos.

Em 30 de setembro, várias jogadoras treinadas por Miguel Afonso formalizaram, através do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), queixas por assédio sexual na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e na Polícia Judiciária (PJ), segundo confirmou à Lusa fonte sindical.

O SJPF foi contactado e, tendo recolhidos os elementos de prova, formalizou as participações, que, de acordo com a mesma fonte, não incluem apenas jogadoras do plantel do Rio Ave, mas também de outros clubes orientados pelo referido treinador.

 
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