O Ministério da Agricultura garantiu, esta terça-feira, que já foram disponibilizados 400 fardos de feno para alimentar os animais de uma exploração agropecuária de Póvoa de Lanhoso, sublinhando tratar-se de uma medida “provisória e de emergência”.
“É uma medida de ajuda aos animais”, disse fonte do Ministério da Agricultura.
Em causa está uma exploração com cerca de 100 animais, entre vacas e cavalos, tendo o dono anunciado há dias que não tem meios para os alimentar, adiantando mesmo que alguns já morreram à fome.
A fonte do Ministério da Agricultura adiantou que o que está em causa naquela exploração é um “longo historial” de incumprimento das normas legais relativas ao bem-estar animal, identificação e circulação animal e também à sanidade animal.
O ministério sublinha que aquele incumprimento representa “um grave perigo” para a saúde animal e para a saúde pública, colocando também em causa o bem-estar dos animais.
Por isso, e ao mesmo tempo que disponibilizou alimentação para os animais, o ministério está a estudar as medidas legais com vista à “resolução definitiva” do problema daquela exploração agropecuária.
Esta terça, a exploração foi visitada pelo deputado do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, que reiterou o pedido ao Ministério da Agricultura para o “reforço da alimentação” daqueles animais, “para evitar que eles acabem por morrer”.
“Se o dono não tem capacidade para gerir a exploração ou não tem meios para alimentar os animais, não podem ser estes a pagar por isso, com a própria vida”, adiantou.
André Silva disse que o PAN vai pedir uma reunião urgente com o Ministério da Agricultura, a quem alertará para a necessidade de criação de espaços preparados para acolher este tipo de animais, em caso de eles serem retirados aos donos, por incumprimento das normas legais.
A exploração agropecuária de Póvoa de Lanhoso está sob sequestro, um problema que começou em 2003, depois de a Direção-Geral de Veterinária ter identificado brucelose em alguns animais.
Segundo o Ministério da Agricultura, ao longo dos anos foram feitas “várias diligências” no sentido de resolver as diferentes situações com os detentores dos animais, sem que tenha sido conseguida qualquer atitude razoável de colaboração”.
Sob sequestro, uma exploração está impedida de comercializar os animais, também não recebendo os apoios do Estado.
Imagem do Jornal de Notícias.