Minhotos “ocupam” Teatro D. Maria II em Lisboa durante três semanas

Estreia é esta noite.

Serões de teatro em Lisboa, mas também comédia nas aldeias minhotas, ações de formação, um festival itinerante de teatro amador, outro de cinema e até marionetas preenchem a programação para este ano da associação Comédias do Minho.

A programação para 2016 é apresentada esta quinta-feira em Lisboa, no Teatro Nacional D. Maria II, para onde o grupo do Minho se muda durante este mês, com a apresentação do espetáculo “Os doze pares de França” e também de uma exposição, “Mutantes”, tudo inserido numa iniciativa chamada “Ocupação Minhota”, a decorrer até dia 21.

“Esta Ocupação Minhota traz ao D. Maria II uma reflexão sobre todo um território, em registo de grande profanidade. Para a celebração de um novo Entrudo minhoto propõe-se um auto popular, teatro para crianças e jovens, uma exposição, um documentário e jornadas de trabalho e paladar, regadas por alguns dos melhores vinhos do mundo”, diz a associação cultural, o resultado de uma colaboração entre Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira.

“Mutantes” é um projeto que envolveu artistas e grupos de jovens do vale do Minho, que, no ano passado, ao longo de uma semana, construíram instalações, que vão agora estar patentes em vários espaços do D. Maria II. A peça de teatro, encenada por João Pedro Vaz, é, diz o grupo, um auto popular profano que conta como o imperador Carlos Magno enfrenta as hostes do mouro Almirante Balão.

No D. Maria, o grupo apresenta ainda o espetáculo de marionetas “Não Lugar”, a peça de teatro “Tudo se transforma”, o documentário “Honrar a sua vinha” e a oficina cultural “Criação e Território”,

Depois de Lisboa, o grupo leva “Os doze pares de França” às aldeias do Minho e, em março, apresenta, em Vila Nova de Cerveira, o espetáculo de teatro e música “Queima de judas remix”.

Em abril, será a vez de “Nove’s fora”, de acordo com o programa “um cruzamento entre o malabarismo, equilíbrios, música, iluminação e instalações cenográficas”.

Ainda antes do verão, o grupo apresenta a peça “Dama de pé de mim”, destinada essencialmente a alunos do ensino pré-escolar, o espetáculo/concerto “Não somos cactos”, e promove uma ação de formação de contadores de histórias e um festival itinerante de teatro amador, em sexta edição.

Em julho, voltam os “Mutantes”, estes em segunda edição, que envolve artistas e grupos de jovens de cinco concelhos do vale do Minho que irão construir uma instalação, “a partir de um olhar sobre um lugar”.

De acordo com a programação divulgada esta quinta, setembro será o mês do terceiro festival de cinema documental e comunitário e, para outubro/novembro, está marcada a segunda edição da Bolsa de Criação Isabel Alves Costa, em colaboração com o Festival Internacional de Marionetas do Porto e o Teatro Municipal do Porto.

E já no fim do ano, estendendo-se até fevereiro do 2017, será montada a peça de teatro “Deixa-me ser!”, especialmente para alunos do primeiro ciclo do ensino básico e famílias.

Comédias do Minho é um projeto cultural que começou em 2003, com a colaboração dos municípios de Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova da Cerveira, destinado a criar uma companhia de teatro profissional.

A associação assenta em três eixos de intervenção – o teatro, mas também um projeto pedagógico, apostando na formação artística dos jovens, e um projeto comunitário, difundindo e dinamizando projetos comunitários, apoiando também a formação de grupos de teatro amadores.

Tudo para, segundo a página do grupo na internet, “dotar o vale do Minho de um projeto cultural próprio, adaptado à sua realidade socioeconómica e, portanto, com um enfoque especial no envolvimento das populações, a partir da construção de propostas de efetivo valor participativo e simbólico, para as comunidades a que se dirigem”.

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