A ministra da Defesa de Portugal assinalou hoje, em Maputo, a importância do trabalho dos militares portugueses destacados em missões em Moçambique e no mundo, considerando-os um “pilar importantíssimo” na política externa de Lisboa.
“Vocês são um pilar importantíssimo da nossa política externa e isso tem sido uma afirmação constante nas últimas décadas”, declarou Helena Carreiras, durante a cerimónia de cumprimentos de Natal aos soldados portugueses em missões em Moçambique.
Helena Carreiras referiu que Portugal deixou de ser um “consumidor de segurança” e passou a ser um país “produtor de segurança internacional”, num trabalho cujos principais atores são os soldados portugueses espalhados pelo mundo.
“Onde está um militar português é Portugal, porque um militar português transporta consigo o nosso país, os nossos símbolos e os nossos valores fundamentais”, frisou a governante.
Em Moçambique, segundo dados oficiais, há mais de 80 soldados portugueses em Maputo, Nampula e Chimoio, sobretudo ligados à Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ, na sigla em inglês) que tem formado forças especiais no país africano.
“Moçambique é casa e é casa porque é um país irmão”, declarou a ministra portuguesa.
Com um mandato de dois anos, iniciado em setembro de 2022, a EUTM-MOZ vai avaliar até ao final deste ano, com as autoridades moçambicanas, o futuro da sua presença em Moçambique, tendo já formado cerca de 60 instrutores moçambicanos que vão continuar o treino de forças especiais, sobretudo para militares na linha frente no combate aos rebeldes em Cabo Delgado, no norte do país.
Além de proporcionar treino operativo para a formação de forças de reação rápida (QRF, na sigla em inglês), a EUTM-MOZ tem também fornecido equipamento de combate aos membros dessas unidades, ultrapassando já 80 milhões de euros o valor do apoio material prestado.
P ortugal tem defendido a renovação do mandato da missão, considerando fundamental a consolidação do trabalho já realizado.
“Moçambique é um país onde encontramos os sentimentos, onde encontramos as emoções, onde encontramos o espaço para sermos mais portugueses, porque com Moçambique estreitamos laços históricos, mas, sobretudo, trabalhamos em conjunto”, acrescentou a governante, que destaca os ganhos de uma cooperação entre os dois países na área da defesa com 35 anos.