Um jovem operacional da GNR, que se tem distinguido em buscas e em resgates no Gerês, foi louvado pelo comandante-geral da GNR, o tenente-general Rui Clero, pelos seus atos de bravura e abnegação, em vários teatros de operações, incluindo incêndios de grandes dimensões, sendo apontado como exemplar enquanto militar e elemento de proteção civil.
Segundo destaca o mais alto responsável da Guarda Nacional Republicana, parte dessas ações vêm sendo realizadas inclusivamente em dias de folga e de férias, pelo que as mais altas hierarquias não podiam ficar indiferentes aos sucessivos feitos de Sérgio Gonçalves, que tem colocado o seu conhecimento intrínseco dos segredos da peculiar Serra do Gerês ao serviço de se desorienta ou se perde, dos que caem nas cascatas e lagoas, bem como a combater estrategicamente fogos florestais, executando diversas manobras de contrafogo.
Sérgio Domingos Landeira Gonçalves, de 36 anos, familiar de pastores da Serra do Gerês, nascido e criado na aldeia da Ermida, da freguesia de Vilar da Veiga, concelho de Terras de Bouro, casado, com dois filho e posto hierárquico de guarda-principal, tem-se destacado no Parque Nacional da Peneda-Gerês, motivando um louvor de caráter público.
O guarda-principal Sérgio Landeira Gonçalves, do efetivo no Posto de Busca e Resgate em Montanha do Gerês, tem evidenciado “extraordinário desempenho, espírito de missão, bravura, provado esforço, energia, disponibilidade, elevada competência profissional e técnica, demonstrados no desempenho de funções” no Posto de Intervenção de Proteção e Socorro de Braga, onde “desde que foi colocado em 2007, revelou em todas as ocasiões e de uma forma inequívoca, excecionais qualidades e virtudes militares, pautando a sua conduta pela lealdade, abnegação e espírito de obediência”, diz o mesmo oficial-general.
“É um militar de inigualável disponibilidade, que tem pautado a sua conduta por elevado padrão de proficiência, no desenvolvimento de diversas ações de vigilância e de combate aos incêndios rurais, uma postura de assertividade e inegável inteligência emocional na abordagem aos teatros de operações mais complexos, resultando em grande dedicação em serviço da segurança pública”, no seu desempenho no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Inverteu grande incêndio florestal
“Exemplo disso, foi o incêndio de 12 de setembro de 2013, no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), incêndio esse que lavrava com grande intensidade, em terreno inacessível a viaturas e com potencial para atingir enormes dimensões”, segundo consta deste louvor.
“Neste contexto e com os meios de combate acionados para a ocorrência manifestamente insuficientes, o guarda-principal Landeira Gonçalves, na sua qualidade de chefe de equipa terrestre, com singular perspicácia, iniciativa e conhecimento técnico, após uma correta avaliação da situação, propôs ao comandante das operações de socorro a realização de uma faixa de contenção e o uso de fogo tático para debelar a parte mais ativa do incêndio, tendo sido de imediato aceite esta modalidade”, refere ainda o comandante-geral da GNR.
“Seguidamente, o próprio militar liderou os trabalhos de construção da faixa, manuseando a motosserra com proatividade e dinamismo, resultando na extinção completa do incêndio e confirmando-se que a modalidade de ação tomada foi determinante no resultado desta missão”, sendo que esse fogo florestal, nos Carris, podia ter passado para o lado espanhol.
“O guarda-principal Landeira Gonçalves revelou ainda elevados dotes de caráter ao assumir-se como um verdadeiro elemento-chave na execução do Plano Operacional Nacional (PON) do Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG) pelo seu ímpar conhecimento daquele território, quer pela iniciativa e otimização das sinergias criadas com as diversas entidades, cumprindo de forma muito empenhada todas as tarefas de que foi incumbido, revelando natural capacidade de adaptação às mais variadas circunstâncias e situações, sendo pela sua competência e pela afirmação constante de reconhecida coragem moral, digno de ocupar postos ou cargos de grande responsabilidade, visto que desempenhou serviços de grande mérito, principalmente na manutenção da ordem, na segurança e tranquilidade públicas, distinguindo-se por feitos de reconhecido interesse público, dos quais resultou prestígio para a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro e a GNR”.
Segundo o louvor, é um “militar de elevada craveira, demonstra um permanente empenho na sua formação pessoal e na busca incessante em aprofundar conhecimentos, revelada na sua participação na especialidade de busca e resgate em montanha, bem como na conclusão com elevado brilhantismo, em final de novembro de 2020, em plena situação pandémica, do curso de transporte de ambulância de socorro, ministrado pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, confirmando a sua capacidade de iniciativa e cuidado na complementação da sua formação e demonstrando ser um profissional de excelência”.
Apoio a casal no alto do Gerês
“É ainda de destacar as inúmeras ocasiões em que colocou os interesses institucionais em detrimento da vida pessoal, avançando, por iniciativa própria na situação de folga e de férias, para integrar diversas missões de busca e resgastes no PNPG, contribuindo de uma forma decisiva para sucesso dessas missões e conseguinte salvar inúmeras vidas humanas, em virtude de tratar-se de uma área que por experiência pessoal é conhecedor exímio”, o que é exemplificado com a missão realizada a 20 de agosto de 2018”, no parque nacional.
Isto “quando num quadro de elevada complexidade, foi necessário proceder ao resgate de um jovem casal, em pleno PNPG, em que por ser um local de difícil acesso, a equipa de resgate teve a necessidade de passar a noite junto do mesmo, aguardando a chegada do meio aéreo da Força Aérea previsto para o nascer do dia”, em que então “para garantir a integridade física das vítimas, foi identificada a necessidade de mantas térmicas, água e alimentos energéticos”, numa zona difícil próxima do Pé de Cabril, em Campo do Gerês.
Na ocasião, “o guarda-principal Landeira Gonçalves, que se encontrava em situação de folga, de imediato, fazendo jus ao seu incontornável espírito de sacrifício, prontificou-se para a tarefa, transportando os artigos solicitados, num trajeto longo e difícil com diversos obstáculos naturais e com uma duração de três horas, contribuindo decisivamente para o sucesso da missão, revelando excecionais qualidades físicas e morais”, diz-se no louvor.
Nesse mesmo texto, destaca-se que “pelas excecionais qualidades e virtudes profissionais aduzidas, aliadas à afirmação constante de elevados dotes de caráter, reiteradamente evidenciadas pela grande dedicação em serviço da segurança pública, o guarda-principal Landeira Gonçalves tem contribuído significativamente para a eficiência, o prestígio e o cumprimento da missão atribuída à Unidade de Emergência de Proteção e Socorro” da GNR, “tornando-se merecedor de que os serviços por si prestados à Guarda Nacional Republicana e ao País, sejam publicamente reconhecidos como meritórios e classificados como extraordinários, relevantes e distintos”, ainda de acordo com esta mesma distinção.