O militante antifascista Jonathan Ferreira da Costa foi esta terça-feira condenado a uma pena de um ano e meio de prisão, suspensa por igual período, acompanhado por regime de prova e a indemnizar a vítima em 2.400 euros, ter esfaqueado um rival, integrante do grupo de extrema-direita Escudo Identitário e da claque Ultras Red Boys, após discussão.
Jonathan Ferreira da Costa, de 32 anos, operário, ouviu hoje o Tribunal Criminal de Braga a considerar como provado não ter existido intenção de matar, mas sim um crime por ofensas à integridade física qualificada, daí a medida da pena.
Segundo o juiz-presidente do Tribunal Coletivo, Jonathan “não quis matar” a vítima, mas “agredir” com “um objeto cortante” no abdómen, o seu rival, não tendo havido, também, “qualquer situação de legítima defesa”, ao contrário do que disse o arguido no julgamento.
Em causa estão os acontecimentos ocorridos durante a madrugada do dia 20 de fevereiro do ano passado, quando Jonathan Costa se envolveu em confrontos com adeptos do SC Braga, todos igualmente ligados ao grupo de extrema-direita Escudo Identitário.
O arguido, Jonathan Ferreira da Costa, porta-voz de algumas organizações antifascistas, alegou durante o julgamento que o golpe desferido com uma arma branca a um membro da claque bracarense e do grupo Escudo Identitário foi “ato de legítima defesa”, pois, na sua versão, “estava sozinho naquela noite e a ser atacado por um grupo de dez jovens”, tese defendida igualmente pelos seus advogados de defesa, aquando das alegações finais.
Mas, segundo a defesa da vítima, que solicitou aos jornalistas para não ser identificada, receando, caso contrário, não conseguir arranjar trabalho em Braga, tinha sido uma eventual tentativa de homicídio, não uma ofensa à integridade física qualificada.
No julgamento, o jovem golpeado, natural de Viseu, negou sempre ser membro do Escudo Identitário, mas consta dos ficheiros policiais como tal, acabou por admitir ter “ligações” com elementos daquele grupo conotado com a extrema direita, que só terá colaborado em ações caritativas, ao dar alimentos a famílias carenciadas e brinquedos a crianças pobres.