Miguel Pinto Lisboa foi hoje eleito presidente do Vitória. António Miguel Cardoso (Lista A) e Daniel Rodrigues (Lista C) eram os outros dois candidatos.
Segundo uma informação do presidente da mesa da assembleia-geral, Isidro Lobo, Miguel Pinto Lisboa obteve 50,6 por cento dos votos (3584 votos), mais do que os outros dois candidatos juntos.
António Miguel Cardoso, da lista A, obteve 31,1 por cento (2202) e Daniel Rodrigues, da lista C, 16,8 por cento (1189).
Num total de 7083 sócios votantes, houve 37 votos nulos e 71 brancos (1,5 por cento).
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As eleições deste sábado, as segundas da história do clube com mais de duas listas concorrentes, realizaram-se após Júlio Mendes, presidente cessante, ter apresentado a demissão, no final do passado mês de maio.
Isidro Lobo revelou ter convidado os três candidatos assim como o presidente cessante, Júlio Mendes, para a tomada de posse dentro de pouco mais de uma semana.
“É esse fator de união que precisamos. Peço aos adeptos mais aguerridos que deem uma prova que vão ter muita mais paciência para tudo o que a direção pretende fazer e, por vezes, não consegue, porque os meios não abundam”, disse Isidro Lobo.
Numa recente entrevista à Lusa, publicada esta semana em O MINHO, o candidato que encabeçou a lista B apresentava as ideias que defende para o futuro do clube.
Carlos Freitas vai dar “conhecimento”
O candidato da lista B às eleições do Vitória SC, Miguel Pinto Lisboa, salientou que o futebol do emblema da I Liga portuguesa vai ser valorizado pelo “conhecimento” de Carlos Freitas, homem que escolheu para diretor-geral.
O líder do movimento ‘Todos Vitória’ adiantou que o antigo diretor desportivo de Sporting, Braga e Fiorentina (Itália) vai ajudar os vimaranenses a desenvolverem a “estrutura” para o futebol e a alargarem a rede de prospeção de jogadores.
“O facto de o Carlos Freitas ser uma pessoa com projeção internacional, experiência e contactos valoriza o nosso posicionamento e pode ajudar o Vitória na prossecução dos seus objetivos. É um homem com um profundo conhecimento do mercado e dos jogadores”, disse, em entrevista à agência Lusa.
O ‘rosto’ da lista B confirmou o desejo de ter o Vitória entre as quatro melhores equipas portuguesas em 2022, tendo prometido, para esse fim, a aposta em “parcerias com agentes do futebol”, a contratação de “talentos em fase precoce”, a baixo custo, e a rejeição de empréstimos sem contrapartidas.
“Não queremos empréstimos de jogadores. Estamos disponíveis para ter partilhas de passes de jogadores e para ter empréstimos, desde que tenhamos opção de compra ou uma percentagem sobre uma futura mais-valia”, afirmou.
Miguel Pinto Lisboa reconheceu, porém, que espera, inicialmente, “reduzir os gastos com a equipa profissional e com a equipa técnica” para um valor equivalente a 60% das receitas operacionais da SAD, de acordo com os critérios estabelecidos pela UEFA.
O candidato defendeu ainda que o clube, detentor de 40% das ações da SAD, deve “ter uma liderança firme e independente na SAD” e mostrou-se convicto de que o acionista maioritário, Mário Ferreira (57% do capital), vai concordar com o seu “plano estratégico” para o Vitória.
Caso Mário Ferreira não concorde com o seu plano, o líder da lista A tenciona comprar-lhe as ações, através de uma “operação de crédito a nove ou a 15 anos”, com um encargo anual para o clube, ou de um empréstimo obrigacionista, com a criação de uma SGPS associada aos vitorianos.
Apesar de o acionista maioritário ter vincado, num comunicado emitido na segunda-feira, que está “indisponível para vender as ações nesta fase”, Pinto Lisboa adiantou que a operação, caso venha a acontecer, vai deixar o clube com 97% das ações e originar uma Assembleia-Geral para alienar parte desse capital.
“Nessa Assembleia-Geral, o que eu proporia aos sócios era alienar 46% e o Vitória ficar com 51, para garantir a liderança na SAD. Mas eles teriam de estar de acordo”, disse.
Desejoso de ver “mais jovens da formação a chegarem à equipa principal para serem mesmo titulares”, o candidato reconheceu que a academia do clube, face ao crescimento do número de equipas, está “curta”.
Miguel Pinto Lisboa prometeu ainda criar uma equipa de futebol feminino já na próxima época, para competir na III Divisão, e disse ter o objetivo de vê-la na I Divisão, no final do seu mandato.
(em atualização)