O condutor da ambulância que foi “arrastada pela água” na Estrada Nacional 301, em Argela, Caminha, na manhã desta quarta-feira, conta que tudo aconteceu de repente e só teve tempo de subir para o tejadilho da viatura e pedir socorro.
“Vinha a passar, a água começou a subir de repente, travei e a ambulância prendeu ali em qualquer lado. Ainda tentei meter marcha-atrás, mas ela virou”, recorda Pedro, em declarações à TVI/CNN Portugal.
O condutor da empresa Ambulância do Minho “não trazia ninguém” na viatura de transporte de doentes não urgentes. “Saí e meti-me em cima da ambulância, estavam ali pessoas e gritei por auxílio”, acrescenta.
Pedro afirma que o socorro foi rápido: “Os bombeiros demoraram 10 minutos a chegar, se calhar nem tanto”.
O motorista conta que tudo aconteceu numa altura, de dez a 15 minutos, em que estava a chover bastante e a maré subiu num ápice.
O comandante dos Bombeiros de Caminha já tinha contado a O MINHO que o motorista teve que ser resgatado “com recurso a um camião 4×4, porque tinha muita altura de água, cerca de 1,2 metros, com muita corrente”.
Vítor Silva explicou que o camião encostou à ambulância e assim foi possível retirar o motorista que se tinha colocado no tejadilho da viatura.
A EN 301 foi cortada devido a uma inundação, após um período de chuva com muita intensidade pelas 08:00.
245 ocorrências entre as 00:00 e as 14:00
Braga, Viana do Castelo e Porto foram colocados hoje sob aviso laranja entre as 06:00 e as 09:00 horas de hoje devido à precipitação forte e às rajadas de vento que podem atingir os 100 quilómetros por hora (km/h) nas zonas altas.
A proteção civil registou, entre as 00:00 e as 14:00 de hoje, 245 ocorrências devido à chuva e ao vento fortes, as quais não causaram feridos, a maioria nas regiões do Porto e do Alto Minho.
Em declarações à agência Lusa, o comandante José Miranda, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), especificou que na Área Metropolitana do Porto foram registadas 85 ocorrências e no Alto Minho 47.
Segundo este responsável da ANEPC, a maioria das ocorrências foram inundações (126), quedas de árvores (46) e quedas de estrutura (40).
O comandante José Miranda indicou, ainda, que naquele período não houve vítimas a registar, nem danos em infraestruturas.
Relativamente às próximas horas, o responsável ressalvou que o maior pico destas condições meteorológicas adversas foi até às 12:00 e que a previsão “é de melhoria”.
Com Lusa