Declarações no final do encontro Gil Vicente-Sporting (0-1), dos quartos de final da Taça de Portugal de futebol, disputado na quinta-feira em Barcelos:
– José Pedro Pinto (treinador do Gil Vicente): “Cumprimentar o Sporting pela vitória, mas fizemos um jogo muito bem conseguido. Tivemos uma primeira parte extraordinária, não permitimos quase nada ao adversário e tivemos quatro claras oportunidades de golo. 1-0 ao intervalo seria escasso para nós.
Na segunda parte, com a entrada do Gyökeres, o Sporting ganhou mais confiança, teve mais bola, e nós ficamos remetidos ao meio-campo sem fazer tantas incursões no ataque. Sofremos o golo, tivemos a expulsão [de Zé Carlos], mas ainda acreditámos e conseguimos chegar ao empate.
Mas, quando nos preparávamos para o prolongamento, vimos que o nosso golo foi anulado por três centímetros. Isso decidiu a eliminatória.
Três centímetros é manipulável. Pelas imagens, dá a sensação clara que o nosso jogador que fez o golo [Rúben Fernandes] estava em posição legal. Mas, a colocação das linhas fez a diferença.
Por aquilo que fez o Gil Vicente, acho que merecíamos ir ao prolongamento, mesmo se, depois, o Sporting vencesse o jogo. A nossa falta de eficácia foi decisiva.
[sobre o esquema de três centrais] Fui ao encontro de uma forma de jogar com que a equipa teve sucesso no passado. Os jogadores sentem-se confortáveis neste sistema e provaram-no neste jogo. Foi uma opção bem conseguida. [sobre a continuidade no cargo] Estou no clube há ano e meio e estou tranquilo e disponível para o que o Gil Vicente precisar de mim. Se acharem que devo voltar aos sub-19, reencontro uma equipa que tem feito coisas extraordinárias, se se tiver de continuar na equipa principal, sigo com este trabalho, pois sinto que estou mais próximo dos jogadores.Há uma química e união no grupo. Sinto que o Gil Vicente não tem de estar preocupado porque os resultados vão surgir naturalmente”.
– Rui Borges (treinador do Sporting): “Fiquei chateado pela nossa primeira parte, não pela incapacidade com bola, mas pela falta de atitude competitiva. Estivemos muito aquém do que era exigido para a camisola que vestimos.
Devemos agradecer o Rui Silva as duas defesas que fez nesse período. O que estávamos a fazer era inconcebível, não estávamos a dignificar o emblema que trazemos ao peito.
Mas, na segunda parte, o chip mental mudou e tivemos outra capacidade. Fomos intensos, agressivo, fizemos o 1-0 e criámos chances para fazer mais golos. O único momento que o Gil Vicente teve foi o golo anulado, já aos 88 minutos.
Foi uma vitória importante, que dá confiança. Mostrámos que a equipa é capaz de mudar a atitude quando as coisas não estão a correr bem.
As sensações de estar nas meias-finais são muito boas. Como todos, também tenho o sonho de disputar uma final da Taça de Portugal. É um objetivo que está mais perto, mas ainda temos mais dois jogos muito difíceis pela frente [com o Rio Ave] para o conseguirmos.
O Sporting tem sido a equipa mais regular. Vai em primeiro lugar no campeonato. Vamos ter mais tempo para trabalhar, mas não vai ser em 15 dias que tudo vai mudar. A paragem do campeonato vai ser importante, mas ainda mais será quando tivermos mais gente para trabalhar e a equipa ficar mais competitiva para podermos na fase final da época dar uma resposta a todos os desafios”.