A venda de casas de luxo nos concelhos de Braga e de Guimarães abrandou no último ano depois de um período favorável no pós-pandemia, e encontra-se completamente ‘dominada’ por investidores estrangeiros, de acordo o mais recente Estudo de Mercado da agência imobiliária do setor premium Engel & Völkers.
No relatório, consultado este sábado por O MINHO, a imobiliária conclui que “nos últimos dois anos, ambos os concelhos evidenciam sinais de abrandamento”, mas também que são os não residentes em Portugal que estão a comprar quase todas as casas para venda, um acréscimo já que no ano anterior representavam 80% dos negócios.
Em Braga, o número de transações caiu 3,9% em 2024 face a 2023, passando para 2.387, mantendo a trajetória descendente iniciada em 2022. Em Guimarães, embora se tenha verificado uma recuperação no mesmo período, com um acréscimo de 13,1%, o volume permanece abaixo dos níveis de 2021 e 2022.

Segundo as conclusões do estudo, “este comportamento pode estar relacionado com atores como o aumento das taxas de juro no crédito à habitação, a inflação no setor da construção, e a escassez de oferta ajustada à procura especialmente em segmentos acessíveis”.
A Engels & Völkers aponta que, “em Braga, a maior exposição a mercados externos e à procura por parte de investidores poderá explicar a maior volatilidade”. Já Guimarães, “com um mercado mais estável el local, demonstra maior resiliência, apesar das oscilações moderadas”.

Suíça, Inglaterra e Alemanha são os países de origem de 95% dos compradores dos imóveis de luxo situados em Braga e em Guimarães, não só para morarem mas também para fazerem negócio, como no caso das quintas de turismo.
Em 2024, “estrangeiros representam cerca de 95% das operações de intermediação da agência Engel & Völkers, maioritariamente alemães, ingleses e suíços”. O que mais procuram é moradia com jardim e piscina ou apartamentos com terraços generosos, havendo também aproveitamento em imóveis para turismo.