Mentiras, palermices e estupidez! Estes foram os adjetivos ontem usados na Assembleia Municipal de Braga numa querela verbal entre os deputados João Nogueira, do PS e Filipe Melo do Chega, a propósito da necessidade de eliminar as barreiras arquitetónicas que se colocam às pessoas com deficiência, na sequência de uma notícia avançada por O MINHO em março.
Melo defendeu que a Câmara devia assegurar a eliminação dos obstáculos postos a pessoas com deficiência, apontando o caso da criança que foi às piscinas da Rodovia. E disse que, como o Governo não tem legislação sobre a matéria, o Município deveria substituí-lo.
João Nogueira respondeu que tal era mentira e que havia legislação suficiente sobre o tema, em tudo o que se prende com o licenciamento de edifícios e outras infraestruturas: “isto é oportunismo, uma insídia, uma mentira e perversão. Dizer que a Câmara tem de se substituir ao Governo é confundir o toucinho com a velocidade”, salientando que “com esse ódio ainda vê menos do que eu” (aqui aludindo às suas próprias dificuldades de visão).
Ao que Filipe Melo retorquiu: “Não lhe admito que venha aqui dizer que é mentira. O meu nome não é João Galamba, esse sim mente a milhões de portugueses. E, já agora; mentiras era no seu tempo, o da gestão de Mesquita Machado”.
E repetiu: “Eu não lhe admito isso, não andei com o senhor na Escola nem na piscina não lhe admito essas considerações e de resto, vejo muito mais longe”
João Nogueira pediu para “defender a honra” e subiu ao palanque: “o senhor deputado da Assembleia da República e desta Assembleia tem de concretizar em que momento é que menti”. E disse ainda: “isso é um exercício de aldrabice pura, que denota o seu berço, se calhar até de boa madeira, mas com águas negras. Quanto há falta de legislação, digo que a ignorância se pode aceitar, mas a estupidez, não! Aquilo que veio dizer não interessa a ninguém!”.
Filipe Melo pediu para retorquir, o que levou a presidente da Mesa Hortense Santos, a exclamar: “Já chega, agora digo eu!”
E deu um minuto ao deputado do Chega, que respondeu: “Nao me vai falar em berço pelo menos não nasci socialista. Lamento muito que fale em estupidez e palermice, pois o senhor não é digno do lugar que ocupa! Demita-se e não apareça cá mais”.
No final, a recomendação do Chega não passou, pois teve 11 votos contra, sete a favor e 47 abstenções.