Melgaço regista mais duas mortes no Lar Pereira de Sousa

Covid-19

O número de mortes no Lar Pereira de Sousa, em Melgaço, subiu para quatro, depois de o município ter hoje confirmado mais dois óbitos na instituição.

No Lar Pereira de Sousa, que aloja mais de 50 utentes, estão 31 pessoas infetadas, entre utentes e trabalhadoras.

“O número de infetados com covid-19 mantém-se, mas lamentamos a morte de dois utentes no Lar Pereira de Sousa”, informou hoje a Câmara Municipal de Melgaço (distrito de Viana do Castelo), na rede social Facebook.

Os dois primeiros óbitos de utentes na instituição registaram-se na sexta-feira.

No sábado, Jorge Ribeiro, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço, a que pertence o Lar Pereira de Sousa, adiantou que os cerca de 30 utentes não infetados pelo novo coronavírus vão ser retirados na segunda-feira para instalações da Fundação Inatel, em Vila Nova de Cerveira.

O provedor participou numa reunião com o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, a diretora distrital da Segurança Social de Viana do Castelo, o presidente da Câmara Municipal de Melgaço e o delegado de saúde distrital, entre outras entidades, a quem apelou para que os doentes fossem retirados do lar para terem acesso a cuidados de saúde, por aquela entidade não ter possibilidade de o fazer.

No final da reunião, o responsável disse à Lusa que foi decidido que os utentes infetados vão continuar na instituição.

“E, portanto, de seguida, vamos reorganizar o lar, proceder a uma desinfeção […] e, até novas instruções, vamos ter de conseguir continuar a tratar desses doentes”, disse.

O provedor assumiu que a decisão não era aquela que a Misericórdia de Melgaço pretendia, mas foi tomada pelas entidades da área da Saúde.

Jorge Ribeiro adiantou que o transporte dos utentes não infetados será feito em articulação com a Proteção Civil, o que obrigará a “uma logística grande”.

O lar de idosos possui três enfermeiros e uma médica, mas uma enfermeira está infetada e outro enfermeiro está com sintomas e encontra-se em casa à espera dos resultados dos testes.

A agravar a situação, na sexta-feira, a médica informou o provedor de que “não podia comparecer mais” no lar da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço porque, como também trabalha no centro de saúde, lhe tinha sido comunicado que “havia diretrizes da Direção-Geral da Saúde no sentido em que os médicos não podiam prestar serviços” em lares com a presença de infetados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 504 mortos, mais 34 do que no sábado (+7,2%), e 16.585 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 598 em relação a sexta-feira (+3,7%).

Dos infetados, 1.177 estão internados, 228 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.

 
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