Quatro homens foram detidos em pleno rio Cávado, ao largo de Esposende, por crimes de dano contra a natureza, por terem sido apanhados em flagrante delito na pesca ilegal de enguia europeia, que ainda estava vivo e por isso foi devolvido ao seu habitat natural.
Uma força da Unidade de Controlo Costeiro da GNR, através do seu Destacamento de Controlo Costeiro de Matosinhos, efetuou uma ação de fiscalização que visava a captura ilícita de meixão, tendo a mesma culminado na detenção dos quatro homens, com idades entre 40 e 60 anos, todos residentes nos arredores da cidade de Esposende.
Os militares oriundos dos Subdestacamentos de Matosinhos e de Esposende apreenderam 1.240 gramas de enguia europeia (também conhecida por) meixão, 14 redes ilegais e duas embarcações, onde se encontravam os pescadores furtivos, dois em cada um dos barcos.
A enguia europeia (anguilla-anguilla), que na fase larvar é conhecida poe enguia juvenil ou meixão, é uma espécie considerada em perigo e que tem sofrido grande redução do número de efetivos em razão da pesca ilegal, impedindo desta forma o normal ciclo de reprodução, colocando em causa a sustentabilidade da espécie, razão pela qual a GNR está a realizar em todo o país a Operação “Meixão”, de modo a combater um fenómeno que tem vindo a proliferar em vários pontos da costa portuguesa.
Para se ter uma ideia dos lucros que tentam alguns portugueses, a maioria dos quais não são pescadores profissionais, basta referir que o quilo e 240 gramas apreendido renderia qualquer coisa como cerca de 750 euros, em Portugal, mas poderia chegar a mais de 10 mil euros no mercado final asiático, caso não tivesse sido apreendido.
Os quatro detidos, que não são pescadores profissionais, foram constituídos arguidos e sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência, tendo sido notificados para comparecerem esta segunda-feira durante a manhã no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público, no Palácio da Justiça de Esposende, a fim de prestarem declarações.