A organização do Feirão da Mamã, iniciativa para grávidas e mães que se realizou domingo no Hotel Meliã, em Braga, queixa-se que o evento foi “arruinado” pela Meia Maratona, que cortou os acessos envolventes. Queixando-se de prejuízos na ordem dos cinco mil euros, a organização quer ser indemnizada pela Câmara, que apoia aquela prova desportiva organizada pela empresa Run Porto.
“Ao logo de toda a manhã recebemos mensagens nas redes sociais de centenas de pessoas que queriam chegar ao evento e não conseguiam”, dá conta a O MINHO a organizadora, Carmen Marques, desolada com a falta de adesão à iniciativa.
Em 2019, a primeira edição contou mais de 350 grávidas e cerca de 100 mães, acompanhadas por família. Desta vez, os números ficaram muito aquém: “Apenas 40 grávidas e cerca de 20 mães”.
No evento estavam vinte empresas, na sua maioria lojas de puericultura e têxteis de criança, que acabaram por ver a feira “totalmente arruinada, impedida de receber clientes”, segundo a organizadora, devido à Meia Maratona de Braga, que cortou os acessos de automóvel ao local.
Cinco mil euros de prejuízo
Entre aluguer de sala, custos de mobiliário e equipamento, publicidade, staff, transportes e montagem, a organização estima que o prejuízo ronde os 5.000 euros. “Além disso, cada empresa, ou seja, cada lojista teve custos de participação e investimento em stock e staff, vendo defraudadas as suas expectativas”, salienta Carmen Marques.
Prejuízo, esse, que a organização quer ver ressarcido por parte do Município: “Já contactámos a Câmara de Braga, no sentido de pedir uma indemnização pelos prejuízos causados, no entanto até agora a dr.ª Maria Sameiro Araújo, vereadora do Desporto, não respondeu à nossa reclamação”.
“Esperamos francamente que a dr.ª Sameiro Araújo tenha algum respeito por todos os empresários que no domingo ficaram completamente desolados ao verem que o hotel estava cercado de polícia que proibia a entrada de visitantes”, reforça Carmen Marques, dando nota do “sentimento de desespero” dos lojistas por, “depois de tantos meses de dificuldades provocados por esta pandemia, com lojas fechadas e negócios completamente parados”, terem “investido tanto dinheiro num evento e chegar ao dia e não vender absolutamente nada”.
Informada “três dias antes”
Carmen Marques afirma que foi “informada” da Meia Maratona “apenas três dias antes do evento”, numa altura em que “já não havia nada a fazer, já não era possível adiar”. “Não houve nenhum aviso por parte da câmara com antecedência a informar oficialmente que as ruas todas seriam cortadas e que o hotel ficaria cercado pela corrida”, acrescenta.
Refira-se, aqui, que a Câmara enviou à Comunicação Social no dia 11 de outubro, a segunda-feira antes da Meia Maratona, um aviso do condicionamento do trânsito para a realização da prova, tendo sido publicado no próprio dia por O MINHO.
De qualquer forma, assim que soube que a Meia Maratona afetaria o evento, avisada pelo próprio hotel, a organização do Feirão da Mamã, que já tinha sido anunciado a 03 de agosto, tentou informar os potenciais visitantes nas redes sociais, mas “a verdade é que muitas pessoas foram ao engano e não conseguiram chegar ao hotel”.
“Recebemos muitas mensagens de pessoas a pedir informações e a reclamarem por não conseguir chegar ao hotel. Publicámos um mapa com um sombreado a verde para indicar uma zona próxima onde podiam estacionar mas recebemos reclamações de grávidas a dizer que, pela sua condição, nunca iriam caminhar tanto para chegar ao hotel”, lamenta.
O MINHO endereçou à Câmara, ao final da manhã de ontem, um conjunto de questões sobre este assunto, mas até à altura da edição desta notícia não recebeu resposta.