Megaoperação que desmantelou histórico clã de ‘narcos’ na Galiza teve buscas no Alto Minho

Foto: Guardia Civil

A megaoperação desencadeada esta semana em Pontevedra, na Galiza, na zona fronteiriça com Valença, incluiu buscas no Alto Minho, mais concretamente em Monção, realizadas pela Polícia Judiciária (PJ), revelou esta sexta-feira a Direção Nacional da PJ.

Como O MINHO noticiou, as investigações conjuntas da PJ e da Direção Nacional da Guarda Civil tiveram grande estrondo impulso a partir da apreensão pela Polícia Marítima e GNR de uma embarcação rápida, vulgarmente denominada como “lancha voadora” (dadas as altas velocidades que atingem) e a apreensão 1.646 quilos de cocaína.

A lancha e de parte da droga foram detetadas pela Polícia Marítima, sendo a restante droga apreendida, em momento subsequente, pela GNR, na área de Peniche.

Na véspera desta situação, a GNR, em Sesimbra, havia sinalizado uma operação de abastecimento, de uma lancha voadora, o que com a troca de informações entre as autoridades policiais de ambos os países levou à recente megaoperação.

O Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Leiria assumiu a investigação de toda a factualidade, que indiciava uma operação de tráfico de elevada envergadura e complexidade, apenas ao alcance das grandes organizações criminosas que dominam o tráfico internacional de estupefacientes, no caso de cocaína, por via marítima.

Após cruzamento de informação, apurou-se que a Guardia Civil – Equipa do Crime Organizado (ECO) da Galiza monitorizava uma organização galega, que poderia estar relacionada com a apreensão de droga em Portugal.

Conjugando as informações disponíveis nas investigações em curso nos dois países, foi constituída uma Equipa de Investigação Conjunta, registada na Europol e Eurojust, envolvendo as duas entidades policiais, PJ e ECO da Guarda Civil, bem como, por parte das entidades judiciárias, o DIAP Regional de Coimbra e a Audiência Nacional de Madrid.

Culminando nove meses de investigação, compilando significativa e muito relevante recolha de prova, envolvendo aquelas entidades, nos territórios de ambos os países, foi desencadeada uma operação policial de grande envergadura, sob o nome de Operação “Nazaré” visando o clã galego “Os Piturros”, histórico grupo criminoso, ligado ao narcotráfico na Galiza, a partir da Ria Arousa, na província galega de Pontevedra, desde a década 80 do século passado.

Nesta operação policial, foram realizadas 11 buscas em território espanhol e uma busca a uma empresa em território nacional, resultando na detenção de nove homens, com idades compreendidas entre 53 e 25 anos de idade, suspeitos de integrarem a organização criminosa responsável, entre outras situações de tráfico de estupefacientes por via marítima, pela cocaína apreendida em abril, na região de Peniche.

Foram também apreendidos 40 mil euros, em notas do Banco Central Europeu, três veículos de alta gama, equipamentos informáticos e de comunicação, além de documentação relevante para imputação aos detidos, dos crimes de tráfico agravado de estupefacientes, associação criminosa e branqueamento de capitais.

Aquele clã sempre esteve diretamente relacionado com os principais distribuidores de cocaína colombianos, fazendo do transporte marítimo a sua forma de atuar para fazer entrar grandes quantidades daquele estupefaciente na Europa.

A investigação conjunta realizada permitiu, com elevada probabilidade, conhecer a forma como a operação criminosa foi planeada, desenvolvida e os meios utilizados, permitindo assim determinar a responsabilidade de cada um dos autores, agora detidos.

A PJ participou nas diligências efetuadas no país vizinho, sendo que a busca à empresa, localizada no Alto Minho, teve a colaboração da Guardia Civil. 

 
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