O terreno pesado e irregular, um relvado com muita lama no parque das Abadias, na Figueira da Foz, complicou hoje a vitória dos novos campeões nacionais de corta-mato curto, que assinalaram as condições difíceis da prova.
Mariana Machado, a vencedora da prova feminina, assinalou o “terreno muito irregular” do parque das Abadias e o medo que teve de se lesionar.
“Não estava muito adaptada ao percurso, era muito irregular e tive um bocado de receio de me lesionar, torcer um pé”, revelou.
A atleta do SC Braga liderou a corrida do início ao fim, uma estratégia ligada ao estado do terreno: “não era uma decisão que estava tomada, porque eu sou uma atleta muito rápida e não tinha a necessidade de suportar os gastos da corrida. Mas sabia que estava bem, habituada a lutas muito fortes nos 1.500 metros e que o ritmo desta prova ia ser bastante acessível”, argumentou Mariana Machado, que venceu o nacional de corta-mato pelo terceiro ano consecutivo.
“Foi acessível e ganhei com alguma vantagem. Estou muito feliz por esta terceira vitória. É um título nacional, sendo este o meu primeiro ano como sénior, sub-23 mas sénior, e é sempre especial, apesar de já o ter ganho como júnior [em 2018 e 2019], afirmou.
Muito efusivo no final, após ter suplantado por apenas um segundo Nuno Costa, seu colega de equipa, Paulo Barbosa (quinto classificado em 2019) admitiu que a estratégia do Maia passava por controlar a corrida de um dos principais adversários – Samuel Barata, do Benfica, campeão nacional de estrada em título – porque “tudo apontava que era ele que ganhava o corta-mato curto”.
“O terreno apesar de ser muito plano, tornou-se muito pesado por causa de toda a lama que tinha e tivemos algumas dificuldades, até por causa de outros atletas que eram apontados como favoritos”, disse à Lusa Paulo Barbosa, no final da prova de quatro quilómetros, disputada no parque localizado no centro da cidade litoral do distrito de Coimbra.
“Ajudámo-nos sempre os dois, fico satisfeito de termos sido primeiro e segundo da mesma equipa”, disse, por seu turno, Nuno Costa, o novo vice-campeão nacional, que, no campeonato realizado o ano passado não tinha ido além do 15º lugar.
“A estratégia era correr para a equipa, mas também tentar o melhor lugar individual”, acrescentou.
Tendo sido uma prova disputada em terreno plano, Nuno Costa admitiu que os concorrentes “vinham a contar com uma prova rápida”, o que não aconteceu, face à “dureza” do percurso.
“Tornou-se mais difícil derivado à lama. Mas percebemos que os adversários, quando faltavam 1.500 metros, estavam com alguma dificuldade e aumentámos um pouquinho o ritmo e conseguimos ganhar”, observou o atleta do Maia.
O Campeonato Nacional de Corta-Mato Curto decorreu hoje na Figueira da Foz e, além das vitórias individuais de Paulo Barbosa e Mariana Machado, consagrou também, em termos coletivos, o Benfica em masculinos e o Desportivo de Águeda em femininos.