A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de investigação devido a suspeitas de recebimentos indevidos de médicos no Hospital de Braga.
A notícia, avançada hoje pela SIC Notícias, refere que num dos casos investigados, um médico faturou 15 mil euros extra por cirurgias num feriado, num fim de semana e em dois dias de folga, no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC).
De acordo com aquela televisão, no serviço de cirurgia geral do Hospital de Braga, em março, houve médicos a faturar valores entre oito e 15 mil euros por operações feitas fora do horário de trabalho.
O IGAS apurou práticas como agendamento de férias e, nesses mesmos dias, os médicos disponibilizavam-se para fazer cirurgia no âmbito do SIGIC. Noutras situações, mais flagrantes, os valores foram pagos por cirurgias dentro do horário laboral.
A investigação estranhou a rapidez com que as cirurgias são marcadas pelo SIGIC, o que levanta suspeitas de que este sistema era utilizado para fins financeiros e não, como seria objetivo, reduzir as listas de espera.
No caso de operações simples, os médicos poderiam multiplicar o salário base. A SIC revela que, no final do ano passado, uma médica de cirurgia geral terá angariado 40 mil euros adicionais através deste sistema, em apenas dois meses.
Em 2021, uma investigação do IGAS já concluiu que houve irregularidades no serviço de cirurgia geral em Braga. Os profissionais podem vir a ser obrigados a devolver os valores recebidos de forma indevida.
O caso do Hospital de Braga é conhecido na sequência de outro revelado na última sexta-feira em que um dermatologista do Hospital de Santa Maria terá recebido 400 mil euros em 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizado para retirar lesões benignas aos pais.
