A Maria da Ponte, também conhecida por Matilde, ‘nasceu’ em setembro de 1999 e está a celebrar 25 anos.
Este é uma boneco cabeçudo que é o símbolo das festas das Feiras Novas desde que apareceu num inovador cartaz da festa, criado por Madalena Martins e Susana Espadilha.
Tem um vestido grande, vermelho, com um símbolo celta em amarelo que representa as tríades da vida em eterno movimento e equilíbrio (nascimento, vida e morte/corpo, mente e espírito/céu, mar e terra).
A boneca que é uma representação das gentes de Ponte de Lima apresenta enormes olhos negros, um sinal na cara e o cabelo apanhado numa poupa. O seu arco na cabeça simboliza as arcadas da iluminação festivas.
A Matilde representa a Nossa Senhora das Dores, padroeira da festa. Também pode ser vestida com um traje regional do Minho, representando a mulher minhota com o seu espírito feminino forte e a sua alegria pela vida, pela fé, pela tradição.
Contudo, o poder da sua imagem transcende a região e funde-se com D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, que deu o foral a Ponte de Lima, projetando o espírito da mulher portuguesa.
“A adoção da Gigantona Matilde, para mascote das Feiras Novas, quis simbolizar o anunciar das Festas bem como a grandeza das mesmas, culminado no garrido vestido, uma referência à riqueza decorativa dos trajes minhotos”, lê-se no documento dos 190 anos das festas do concelho.
Celebração decorre até segunda-feira
As Feiras Novas de Ponte de Lima, em honra de Nossa Senhora das Dores, começaram ontem com o encontro concelhio de concertinas e prolongam-se até segunda-feira.
O programa inclui, entre outros números, o Music Fest: Viva as Feiras Novas, com a primeira edição do festival de gaitas, o cortejo etnográfico, que comemora 60 anos e, o cortejo histórico, a feira do gado e os concursos pecuários.
O ribombar dos bombos, grupos de Zés Pereiras, gaiteiros, concertos de bandas de música, fado, folclore, tocatas, fogo-de-artifício, uma corrida de garranos e uma tourada integram o programa da festa anual de Ponte de Lima.
As Feiras Novas de Ponte de Lima foram classificadas como Património Cultural Imaterial em novembro de 2023.
De acordo com o anúncio publicado em Diário da República (DR), a inscrição da manifestação Feiras Novas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial destaca “a relevância desta prática enquanto reflexo da identidade da comunidade de Ponte de Lima no presente, a sua importância histórica no desenvolvimento cultural e económico do território em que se insere, as dinâmicas de transmissibilidade de práticas desenvolvidas ao longo de gerações na comunidade e entre os grupos e intervenientes mais diretamente associados”.
A proposta de classificação das Feiras Novas, celebradas em honra de Nossa Senhora das Dores, partiu da Câmara de Ponte de Lima, que submeteu o pedido em 2016.
As Feiras Novas, assim designadas desde 1826, ano da autorização oficial por Provisão Régia da Chancelaria de D. Pedro IV estão enquadradas “na categoria das festividades cíclicas, marcadas por um forte pendor religioso e cultural”.
As festas concelhias “vão buscar as suas raízes à devoção a Nossa Senhora das Dores e ao apego à terra e às tradições, apresentando e mantendo um programa eclético que estabelece uma simbiose perfeita entre o ciclo da natureza e o calendário litúrgico”.
A romaria é organizada pela Associação Concelhia das Feiras Novas e pela câmara municipal, e atrai, todos os anos milhares de pessoas.