O conselheiro de Estado Luís Marques Mendes defendeu esta noite que a decisão do juiz Ivo Rosa em não pronunciar José Sócrates pelos crimes de corrupção parece uma “rábula de Ricardo Araújo Pereira”, afirmando que o juiz “é um perigo à solta”.
Durante o espaço do comentário político na SIC, o antigo líder do PSD condenou a decisão do juiz de instrução em reduzir de 31 para seis os crimes de que José Sócrates estava acusado pelo Ministério Público.
O comentador afirmou que chegou a parecer que “o criminoso era Rosário Teixeira”, procurador que deduziu a acusação e investigou o caso.
“Para Ivo Rosa, José Sócrates é corrupto. Mas, segundo ele, não foi corrompido pelo Grupo Lena nem por Ricardo Salgado nem pelos investidores de Vale do Lobo. Foi corrompido, disse o juiz, pelo seu amigo Carlos Santos Silva. O mesmo amigo que nas escutas telefónicas funcionava não de corruptor mas de testa de ferro de Sócrates”, disse Marque Mendes, para comparar o caso a uma rábula humorística.
“Parece brincadeira. Mas pior é isto, foi corrompido mas não será julgado. Isto parece uma rábula de Ricardo Araújo Pereira. É corrupto? É. Vai ser julgado? Não. Há corrupção? Há. Vai ser julgada? Não”, ironizou.
Deixou anda críticas ao juiz sobre o caso da OPA à PT: “Deve estar novamente a brincar connosco. Alguma vez no Governo Sócrates alguma questão importante era decidida sem ouvir o primeiro-ministro? Este juiz ou é ingénuo ou faz-se de ingénuo ou vive num mundo à parte. Em qualquer dos casos, um homem assim é um perigo à solta”, concluiu.