Marques Mendes elogia postura de Carneiro que abre porta a Governo de quatro anos

Pode permitir que haja um “Governo de legislatura” e que se façam reformas
Marques mendes elogia postura de carneiro que abre porta a governo de quatro anos
Foto: Lusa

O candidato presidencial Luís Marques Mendes elogiou hoje a postura de José Luís Carneiro, que manifestou abertura a entendimentos com a AD, salientando que isso pode permitir que haja um “Governo de legislatura” e que se façam reformas.

Em declarações aos jornalistas antes de um almoço com empresários num hotel na baixa de Lisboa, Marques Mendes elogiou as declarações do candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, que, este sábado, se comprometeu com uma “solução de unidade na diversidade” com a AD e garantiu que “tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país”.

“Isto é novo na política portuguesa nos últimos anos e nós devemos valorizar isto, porque isto vai mudar profundamente a situação”, realçou Luís Marques Mendes, que frisou que, devido à postura de José Luís Carneiro, o país pode ter estabilidade, “o que é bom, sobretudo para atrair investimento”.

“Podemos ter um Governo de legislatura, o que é normal – é isso que manda a Constituição – podemos ter abertura para fazer pontes entre quem é Governo e quem é oposição, que é aquilo que, como sabem, eu tenho vindo a defender há quatro meses”, referiu, acrescentando ainda que entendimentos entre PS e AD vão permitir “ultrapassar alguns conflitos e bloqueios que existem para se fazer algumas reformas”.

O candidato presidencial elogiou José Luís Carneiro por ter dado “sinal muito, muito importante a favor da estabilidade do país” e deixou uma crítica implícita ao ex-secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, frisando que o partido tinha, até agora, “uma posição muito fechada” em relação a acordos com a AD.

“Passou a ter uma posição mais aberta. Tinha uma posição muito reticente relativamente a entendimentos com o Governo e mudou de posição. E esta é que é uma mudança nova na sociedade portuguesa e é muito importante”, reforçou.

Interrogado se esta nova postura de José Luís Carneiro deve levar a AD a prescindir de entendimentos com o Chega, Marques Mendes disse considerar que o Governo “deve dialogar no parlamento com os dois maiores partidos, quer o PS, quer o Chega”.

“O diálogo no quadro parlamentar pode e deve ser com mais do que um partido. (…) Agora, compete ao Governo e aos outros partidos saber que matérias querem negociar, não sou eu que vou dizê-lo”, indicou.

Sobre se considera que o diálogo entre a AD com o Chega deve incluir também uma eventual revisão constitucional, Marques Mendes não quis pronunciar-se sobre a matéria, frisando que alterações à Constituição são matérias exclusivas da Assembleia da República e não recaem no âmbito de ação do Presidente da República, cargo ao qual se candidata.

“Portanto, deixo aos partidos o decidirem se querem avançar ou não querem avançar, se vão fazer negociação ou não vão fazer negociação. Isso depende dos partidos”, indicou.

A poucos dias de o almirante Henrique Gouveia e Melo apresentar a sua candidatura presidencial, esta quinta-feira, Marques Mendes não quis comentar, frisando apenas que dá as boas-vindas ao almirante e o saúda de “forma muito democrática”.

Sobre o apoio do PSD à sua candidatura, que será votado esta quinta-feira em Conselho Nacional, Marques Mendes disse que, se for concretizado, ficará satisfeito, e aproveitou para deixar uma ‘farpa’ a Gouveia e Melo, que se candidata como independente, sem o apoio de um partido.

“O país teve até hoje cinco presidentes da República – cinco, incluindo o atual – e todos tiveram o apoio dos partidos. Todos, sem exceção, incluindo o general Ramalho Eanes, que era militar e teve apoio de três partidos. Portanto, é natural os candidato surgirem por si, terem a sua independência, mas também terem apoio dos partidos, porque os partidos são os esteios fundamentais”, destacou.

 
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