Foi esta terça-feira inaugurada, em Viana, a exposição da Marinha e da Força Aérea “Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul”, patente nos antigos Paços do Concelho, na Praça da República, até ao próximo dia 03 de julho.
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A mostra enquadra-se na comemoração dos 100 anos da heróica travessia sobre a porção do Oceano Atlântico localizada no hemisfério sul, e contou com a presença do presidente da Câmara e de oficiais das Forças Armadas.
O almirante Gago Coutinho e o comandante Sacadura Cabral, em 30 de março de 2022, partiram de Lisboa, a bordo do hidroavião Fairey III, batizado “Lusitânia”, tendo como destino final o Rio de Janeiro, onde chegaram em 17 de junho, num clima de “muita festa”.
A Marinha assinala o centenário da proeza lusitana com esta exposição itinerante que passa por Viana do Castelo, onde também decorrerá um concerto, em 26 de junho, na Praça da República, pela Banda da Armada, com início às 18:00.
O projeto que originou a travessia aérea do Atlântico Sul começou a ser pensado em 1919, a propósito da vinda do chefe de Estado brasileiro a Portugal. A proposta partiu de um dos pilotos, Sacadura Cabral.
Na mostra é possível perceber os desafios que os aventureiros enfrentaram para poder cruzar “a imensidão do oceano”. Adaptaram, assim, um “horizonte artificial” ao sextante, instrumento utilizado para calcular distâncias e corrigir erros de navegação conforme intensidade (e direção) do vento.
O método foi testado, em 1921, numa viagem entre Lisboa e Funchal, e a conclusão foi de sucesso em relação ao novo instrumento, permitindo assim utilizá-lo com mestria para o desafio até à América do Sul.
E se, em 1500, Pedro Álvares Cabral demorou 44 dias para percorrer a mesma rota, mas por via marítima, a dupla de oficiais da Marinha levou 62 horas e 26 minutos a chegar ao Brasil – menos de três dias – por via aérea.