Marcelo e os abusos na igreja portuguesa: “400 casos não me parece particularmente elevado”

Declarações polémicas
Foto: DR / Arquivo

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, esta terça-feira, que “num universo de milhões, haver 400 casos [de denúncias de abusos sexuais na Igreja Católica] não me parece particularmente elevado”.

O Presidente da República reagia, assim, ao anúncio desta tarde da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, coordenada por Pedro Strecht, que confirmou ter já recebido 424 testemunhos.

À margem de um encontro com a associação CIVICA – Autarcas de Origem Portuguesa em França, no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que tem acompanhado de perto os trabalhos desta comissão, confirmando que recebeu, em várias ocasiões, os seus membros no Palácio de Belém.

O Presidente da República acrescentou ainda “não estar preocupado” com o impacto destes casos, mostrando-se confiante que a próxima Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer em Lisboa, em 2023, e vai contar com a presença do Papa, não será prejudicada.

As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa têm provocado diversas reações, tal como a do líder da bancada do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, que, no Twitter, as considerou “lamentáveis”.

Carlos Guimarães Pinto, deputado da Iniciativa Liberal, afirmou que Marcelo “deve um pedido de desculpas ao país e às vítimas pelas declarações infelizes”.

Isabel Moreira, deputada do PS, considera as declarações de Marcelo como “inaceitáveis”.

Também a antiga deputada não inscrita Cristina Rodrigues (atual assessora do Chega) reagiu naquela rede social com estupefação em relação às declarações do Chefe de Estado, considerando que um só caso já seria um caso a mais.

O deputado Mário Lopes, da Iniciativa Liberal, admite que em termos estatísticos, o Presidente até pode ter razão, mas considera “inaceitável”, a nível político e social, “dizer isto”.

 

 
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