Marcelo diz que foi mal interpretado na declaração sobre abusos na Igreja: “Não percebo porquê”

Presidente da República disse que “num universo de milhões, haver 400 casos não me parece particularmente elevado”
Marcelo diz que foi mal interpretado na declaração sobre abusos na igreja: "não percebo porquê"
Rui Ochoa / Presidência / Divulgação / Arquivo

O Presidente da República reagiu hoje à receção da população após as suas declarações sobre os abusos sexuais na Igreja Católica. Marcelo Rebelo de Sousa acredita que foi mal interpretado ao dizer “num universo de milhões, haver 400 casos não me parece particularmente elevado”.

“Já percebi que de facto foi mal interpretado o que eu disse, não percebo bem porquê, mas as pessoas têm todo o direito de não entender”, disse à imprensa.

Atualmente existe um total de 424 testemunhos de abusos. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa acredita que o número real é mais elevado, e essa é a explicação para sua declaração que causou polémica.

“A minha convicção é que são muito mais. Quando acho que os casos são poucos é porque acho que os casos deviam ser mais de acordo com a realidade portuguesa”, explicou.

Marcelo também disse que o fato de ser católico não influencia a sua atuação neste caso.

Durante a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) esta terça-feira, o Conselho Permanente reiterou o “pedido de perdão às vítimas” de abusos sexuais de menores no seio da Igreja, assegurando a sua “determinação em tudo fazer para que, no futuro, tais crimes não se voltem a repetir”.

Esta terça-feira, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa revelou, em conferência de imprensa, em Lisboa, que já recebeu 424 testemunhos e assumiu que a maior parte dos crimes reportados já prescreveu, havendo 17 casos enviados para o Ministério Público.

As denúncias e testemunhos podem chegar à comissão através do preenchimento de um inquérito ‘online’ em ‘darvozaosilencio.org’, através do número de telemóvel +351917110000 (diariamente entre as 10:00 e as 20:00), por correio eletrónico, em ‘[email protected]’ e por carta para “Comissão Independente”, Apartado 012079, EC Picoas 1061-011 Lisboa.

 
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