O Presidente da República defendeu hoje que a União Europeia deve tornar-se uma “verdadeira potência universal” e garantir que mantém os seus compromissos internacionais e valores éticos num “momento crucial” para o mundo.
Num discurso no Palácio Nacional da Ajuda, num jantar oferecido ao Presidente francês, no âmbito da sua visita de Estado a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa deixou várias críticas à postura que tem sido adotada pela administração norte-americana de Donald Trump a nível internacional, e em particular perante os seus aliados e a Ucrânia, frisando que a “Europa, unida, tem sempre de fazer mais e melhor”.
“O que nós sabemos, portugueses, franceses e europeus, é que não fomos eleitos para esse caminho, mas para respeitar, na Ucrânia como noutras situações no universo, os nossos compromissos constitucionais e internacionais com os valores éticos, políticos, sociais e económicos correspondentes, para fazermos da Europa unida, desenvolvida, justa, uma verdadeira potência universal”, disse.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os chefes de Estado Winston Churchill (Reino Unido) e Charles de Gaulle (França) “perceberam isso há 90 e há 80 anos”.
“Vossa Excelência [Emmanuel Macron] também percebeu imediatamente e afirmou com coragem e clareza a posição francesa e europeia em plena Casa Branca”, referiu, numa alusão à visita de Emmanuel Macron a Washington na segunda-feira.
Dirigindo-se a Emmanuel Macron, Marcelo Rebelo de Sousa deu-lhe as boas-vindas a Portugal, salientando que a sua visita de Estado ocorre “num momento crucial na definição de quem é parceiro, aliado e amigo na Ucrânia, na NATO, no mundo”.
Em francês, o Presidente da República salientou que a visita de Emmanuel Macron “fortalece a amizade” entre Portugal e França, ao “transformar uma parceria estratégica num tratado de amizade e cooperação”.
Frisando que a visita de Macron “chega na boa altura”, Marcelo terminou o seu discurso propondo um brinde de saudação ao “histórico e glorioso povo” português e francês e “em nome de uma amizade” que se quer “eterna dentro de uma Europa com sucesso”.