Marcelo defende “política da verdade” mesmo que isso tenha custos no turismo

Covid-19
Marcelo defende “política da verdade” mesmo que isso tenha custos no turismo
Marcelo Rebelo de Sousa. Foto: Presidencia.pt / Arquivo

O Presidente da República vincou hoje que Portugal tem realizado um grande número de testes à covid-19, defendendo essa “política da verdade”, mesmo que tenha custos no turismo externo.

“Nós não fechamos os olhos à verdade. Podíamos fechar os olhos à verdade, dizendo que já chega de testes, que não vale a pena verificar mais, que o que aparecer como sintomático aparece e o que não aparecer não vamos à procura. A nossa orientação deve ser oposta, mesmo que tenha custos em termos internacionais”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas em Coimbra.

O Presidente da República defendeu a tese de que Portugal, ao ter optado por “testes massivos” em determinados setores onde apareceram casos sintomáticos de covid-19, passou a “conhecer a realidade dos assintomáticos, muitos deles jovens, que não tinham sinais de covid-19”.

Segundo o chefe de Estado, esses testes permitiram “revelar de forma mais clara muitos casos positivos, assintomáticos”, o que depois terá pesado “nas decisões de outros países [relativamente às medidas impostas na circulação], olhando apenas para o número dos casos positivos”.

Marcelo encontra-se com rei Felipe VI em Madrid no dia 21 de julho

A ideia de que o aumento de casos na Grande Lisboa se devia ao aumento de testes já tinha sido partilhada pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de junho, tese essa que foi contestada por epidemiologistas ouvidos pelo Expresso, que contrariam a ideia de que o número de testes explica a subida do número de infetados detetados.

“Nós temos a política da verdade – não estou a dizer que outros não a tenham, mas nós temo-la de uma forma radical”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República referiu ainda que Portugal, no que toca à abertura de fronteiras, optou por uma orientação de “não estabelecer, em princípio barreiras a países, a não ser que haja situações verdadeiramente excecionais”, vincando que não haverá retaliações a Estados que tomem medidas mais restritivas.

Costa considera “injusto” Portugal em “listas vermelhas” e critica União Europeia

Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa vincou ainda que é seguro fazer turismo em Portugal, salientando que já esteve no Algarve, no Porto e na Madeira, onde as situações são de evolução positiva em relação à pandemia e, mesmo em relação a Lisboa, continua a fazer a sua “vida normal”.

A pandemia de covid-19 já provocou 555 mil mortos e infetou mais de 12,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.644 pessoas das 45.277 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Cabrita diz que cabe às forças de segurança conduta exemplar nas redes sociais

Cabrita diz que cabe às forças de segurança conduta exemplar nas redes sociais

Próximo Artigo
Crianças infetadas em escola de vizela

Crianças infetadas em escola de Vizela

Artigos Relacionados