Marcelo considera que o desafio mais difícil é amar o próximo e recusar a indiferença

Mensagem transmitida na Mesquita Central de Lisboa
Foto: LUSA

O Presidente da República defendeu hoje que a raiz da paz está em cada um dos cidadãos e que o desafio mais difícil é amar o próximo, sobretudo em sociedades onde crescem a indiferença e o egoísmo.

Esta mensagem foi transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa na Mesquita Central de Lisboa, no final de um encontro inter-religioso sobre a paz, em que também esteve presente o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

Antes do chefe de Estado, fizeram orações, ou breves intervenções, representantes das comunidades Islâmica de Lisboa, Ismaili, Hindu, Budista, Sikh, Bahai, e das igrejas Anglicana, Presbiteriana e Católica. O sheik David Munir, imã da mesquita de Lisboa, abriu e fechou este período, antes do breve discurso final de Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República procurou fazer uma síntese do que tinha “ouvido e aprendido” com cada um dos nove representantes de diferentes confissões religiosas, concluindo que “é dentro de cada um que se encontra a raiz da construção da paz” e assinalando que “todos os dias se constrói ou se destrói a paz”.

“Muitas vezes não temos essa noção, pensamos que há dias neutrais, dias em que estamos ocupados com outras questões, mas estamos efetivamente a construir a paz ou a destruir a paz”, advertiu.

Escutado em profundo silêncio, o Presidente da República sustentou a ideia de que “o mais difícil na vida é amar os outros”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, no mundo atual, marcado pelo egoísmo, pela indiferença ou divergência, “o difícil é amar”.

“Se não formos capazes, a começar pelos mais próximos, dificilmente poderemos amar os outros que estão mais distantes de nós. Numa sociedade em que a aceleração do tempo e do espaço aumenta todos os dias, isso é muito difícil”, completou.

Neste contexto, o chefe de Estado acentuou também a ideia de que não há sociedades perfeitas.

“As sociedades mais abertas, mais plurais, mais tolerantes podem converter-se em intolerantes e menos abertas, precisamente porque não cuidam todos os dias do que é preciso fazer. Isso acontece porque se ama menos e porque se odeia mais, ou se ignora mais, ou se é indiferente cada vez mais em relação aos outros”, acrescentou.

Já Carlos Moedas, que falou no início da sessão, preferiu realçar a diversidade cultural de Lisboa e elogiou a realização deste encontro inter-religioso na Mesquita Central da capital portuguesa “num momento difícil do mundo”.

“Este é um momento de união na Lisboa da diversidade em que todos estamos juntos. É a coisa mais bonita. São as religiões que trazem reflexão e paz. Em nome de Lisboa, unidos sempre pela paz”, concluiu.

Depois, o sheik David Munir completou a ideia de Carlos Moedas: “Este encontro é um dia marcante para Portugal e não apenas para Lisboa.”

 
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