A marca de uma panificadora de Viana do Castelo, fundada há 75 anos e declarada insolvente em 2017, vai a leilão, no dia 25, por mil euros, disse hoje à Lusa a advogada que representa a comissão de trabalhadores.
De acordo com Isabel Guimarães, o imóvel onde estava instalada a sede da Cais Novo Padarias, situado em Darque, na margem esquerda do rio Lima, vai também ser colocado à venda, naquele leilão, marcado para dia 25, pelas 15:00, num hotel da cidade, pelo valor mínimo de 297.500 euros.
No catálogo do leilão, a que a agência Lusa teve hoje acesso, constam ainda material informático, mobiliário de escritório, equipamento de padaria e pasteleira, entre outros.
A advogada que representa a comissão de trabalhadores adiantou que no dia 23, pelas 09:30, está marcado o início do julgamento para a qualificação da insolvência.
O pedido de insolvência foi apresentado pela própria empresa, com sede no Cais Novo, em Darque, em setembro de 2017, alegando dívidas no valor 1.358.974 euros, a mais de 200 credores.
Naquele valor não estavam contabilizados os créditos dos cerca de 60 trabalhadores que a empresa empregava na altura.
Entre os principais credores da empresa, que, além da fábrica, detém ainda quatro lojas, em regime de aluguer e concessionadas a outra empresa cujo proprietário também é credor, encontram-se a Caixa Geral de Depósitos (mais de 169 mil euros) e o Novo Banco, com 134 mil euros.
No processo constam ainda casos judiciais anteriores à declaração de insolvência, nomeadamente uma execução intentada pela Segurança Social, no valor de 300 mil euros, um processo contraordenação da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) de 59 mil euros e cinco processos instaurados por trabalhadores.
A administração da empresa alegou “falta de liquidez” para pedir a insolvência, “traduzida na ausência de crédito e indisponibilidade dos sócios para entradas suplementares de capital”.
Em novembro de 2017, a assembleia de credores da panificadora Fernandes & Alves, Lda., aprovou a sua liquidação “imediata”.
Na altura, os cerca de 60 trabalhadores “deram entrada com um incidente para qualificação da insolvência, por considerarem que há indícios de negócios dolosos”.
Fundada em 1945, a empresa tinha um capital social de 199.519 mil euros, dedicando-se à produção e comércio de pão e de produtos similares.