Milhares de pessoas marcaram presença nas ruas de Braga para assistir ao primeiro momento forte da Semana Santa – a procissão do Senhor dos Passos, datada de 1597, com o momento alto a ser celebrado junto à Igreja de Santa Cruz, com o tradicional sermão e o encontro entre Jesus e Maria, a Senhora das Dores.
Com quadros alegóricos e encenação dramática, sempre na Missa de Ramos, é lido o evangelho da Paixão para recordar o sofrimento de Jesus e para que se lhe sigam os passos. Chamado de Senhor dos Passos, o andor representa Cristo com a cruz às costas e atravessa as ruas da cidade, “como outrora percorreu as de Jerusalém”.
A Quaresma e as Solenidades da Semana Santa de Braga são uma manifestação cíclica que decorre habitualmente na altura da Páscoa, em Braga.
Segundo a página da DGPC, a partir de 1933, com a criação da Comissão da Semana Santa, verificou-se um “especial incremento das dinâmicas associadas”.
“Não são apenas as seculares procissões dos Passos (1597) e do Senhor Ecce Homo (1513), completadas nas últimas décadas pela Procissão do Enterro do Senhor (1933) e pela renovada Procissão da Burrinha (1998), que perfazem a imponência da quadra. As ruas vestem-se de roxo e perfumam-se de incenso, tal como os principais templos que continuam a centralizar o exercício de práticas seculares”, acrescenta.
As principais celebrações decorrem na Sé, enquanto nos Congregados se desprendem as espadas da imagem da Senhora das Dores, pioneira desta devoção em Portugal e propulsora de um “peculiar exercício devocional”.
Em sete igrejas, adora-se o sepulcro do Senhor, “num desafio à contemplação da mais tenebrosa contingência da existência humana”, sendo que no domingo “estala a alegria”, com o compasso pascal.