O presidente da Câmara de Ponte da Barca afirmou hoje que a manutenção da gestão das águas municipais sob domínio da autarquia foi “uma boa decisão”, ao contrário do que julgaram sete outros autarcas do Alto Minho quando assinaram contrato com a empresa Águas do Alto Minho (AdAM).
A propósito do Dia Mundial da Água, que se celebrou na segunda-feira, Augusto Marinho (PSD) veio a público para “reforçar a certeza da boa decisão de manter a gestão das águas municipais sob tutela da Câmara Municipal”.
O autarca dá conta de um recente “investimento muito importante na rede municipal de abastecimento de água”, às expensas do município, que asseguram a qualidade e a distribuição da água pelo concelho.
Augusto Marinho assinala ainda a oferta de garrafas de vidro a todos os colaboradores do município, como “forma de evitar garrafas de plástico”. Foram também substituídas as máquinas de água filtrada distribuídas pelo edifício dos Paços do Concelho que “comportavam garrafões e copos de plástico por equipamentos de material reutilizável e amigo do ambiente”.
“A Câmara Municipal de Ponte da Barca tem desenvolvido um investimento muito importante na melhoria da rede municipal de abastecimento de água e no despertar de consciências para a necessária mudança de comportamentos penalizadores do Ambiente”, afirma a autarquia, em comunicado.
Já Augusto Marinho salienta ainda a promoção “da utilização de materiais amigos do ambiente e o consumo da água da nossa torneira porque ela, efetivamente, é de excelente qualidade”.
“Estas são mais algumas medidas que se juntam à contínua aposta na sustentabilidade e nas ações promotoras de atitudes ambientalmente responsáveis desenvolvidas pelo município de Ponte da Barca”, finalizou.
PSD aplaude
A concelhia do PSD aplaude a decisão unânime da Câmara e da Assembleia em rejeitar a entrega da gestão em baixa das águas e saneamento à AdAM.
“Para o PSD, a manutenção da gestão das águas municipais pela Câmara Municipal foi uma boa decisão e que se reflete na qualidade dos serviços restados à população, assim como na certeza da estabilidade no fornecimento de água com qualidade”, aponta, destacando “vários investimentos na melhoria e expansão da rede municipal”.
Aquele partido recorda que Augusto Marinho pediu opinião a todos os vereadores, presidentes de junta, presidente da Assembleia e a todos os partidos com assento, de forma a “assegurar” a participação de todos na decisão.
Em fevereiro, Augusto Marinho tinha dito numa Assembleia Municipal que “Ponte da Barca tomou a decisão certa no momento certo e que no futuro não irá integrar qualquer parceria para a gestão dos sistemas de abastecimento de água e saneamento”.
Justifica a decisão dado “ao reduzido investimento para as beneficiações de redes em mau estado, o aumento dos custos que o município teria de suportar atendendo aos auto-consumos, a perda de poder de decisão em determinados processos, tais como a atribuição de tarifários especiais e ainda a elevada tarifa que se previa que a parceria iria praticar”.
Para o PSD Ponte da Barca, é “muito importante que os barquenses saibam, com segurança e certeza, que o futuro da gestão das águas no nosso concelho será sob tutela da Câmara de Ponte da Barca, assim como é fundamental conhecerem o investimento realizado pelo atual executivo numa área crucial como é o abastecimento de água, a sua manutenção, a sua expansão e a sua gestão”.
AdAM
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP)e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A nova empresa começou a operar em janeiro de 2020, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.
A constituição da empresa tem sido contestada por vários partidos e pela população de alguns concelhos, que se queixam do aumento “exponencial” das tarifas e do “mau funcionamento dos serviços”.