Um grupo de cidadãos ligados à cultura e ao PS, CDU e Bloco de Esquerda, está a organizar uma “manifestação cultural”, contra a venda da fábrica Confiança, que terá lugar esta terça-feira, a partir das 21:00 horas, em frente às antigas instalações da saboaria.
“Os cidadãos bracarenses, incluindo artistas, as associações de defesa do património e culturais (como a Velha-a-Branca), as forças políticas da oposição (BE, CDU e PS) organizam uma manifestação cultural em frente à Fábrica Confiança. Somos contra a venda a privados do último exemplar do património industrial de Braga e queremos dar voz aos cidadãos”, pode ler-se na ‘convocatória’ para esta manif, nas redes sociais.
Na semana passada, numa iniciativa inédita, PS, PCP e BE, já se haviam juntado, em conferência de imprensa, para, “a uma só voz”, denunciarem o que qualificam de “venda lesiva dos interesses dos bracarenses e da região“.
Depois da proposta de venda, em hasta pública, apresentada pelo autarca Ricardo Rio ter sido aprovada pela maioria PSD/CDS (5 dos 7 vereadores; Lídia Dias e João Rodrigues faltaram), em reunião de câmara do passado dia 19 de setembro, com os votos contra da oposição do PS (3 vereadores) e da CDU (um vereador), a decisão final é da competência da Assembleia Municipal, que se reúne de forma ordinária na próxima quinta-feira, 04 de outubro, onde a oposição tem 18 membros eleitos (14 do PS, 4 da CDU e 2 do BE) e o arco do poder tem maioria, com vinte, e onde os presidentes de junta também têm direito de voto.
A proposta aprovada prevê que a venda do edifício, comprado em 2011 por 3,5 milhões de euros, pelo executivo de Mesquita Machado, terá o preço-base de licitação de quatro milhões de euros, sendo estipuladas regras urbanísticas obrigatórias para quem o vier a comprar.
Na sexta-feira, uma moção conjunta dos três partidos da oposição na assembleia de freguesia de S. Vítor, onde fica localizada a antiga fábrica, foi chumbada por dez dos onze membros da coligação PSD/CDS/PPM, contra os votos do PS (5 votos), CDU (2 votos) e BE (1 voto) e do presidente da Junta, Ricardo Silva (1 voto), em dissonância com o seu partido.
“Deveria ser possível encontrar soluções que permitissem a reabilitação do imóvel, para a fruição pública”, defende o autarca de S. Vítor, eleito pelo PSD/CDS/PPM.
O MINHO tem acompanhado muito de perto todos os desenvolvimentos sobre este importante assunto, que tem marcado o debate na sociedade bracarense, sendo possivel aceder a tudo o que foi publicado através desta ligação.