Manifestação contra preços de combustíveis quer “parar” rotunda em Barcelos

Quase mil pessoas confirmaram presença e outra 5 mil “demonstraram interesse” numa manifestação em Barcelos contra o aumento do preço dos combustíveis.

“Basta de exploração, basta de lamúria, basta de ser livre vivendo preso a um governo corrupto”, diz a descrição do evento.

O evento criado na rede social Facebook terá lugar esta segunda-feira pelas 18:00 e quer “parar” Rotuna da Bolacha.

Os preços do gasóleo e da gasolina estão a subir há 10 semanas consecutivas. A gasolina atingiu novos máximos de 2014 muito perto de 1,60 euros por litro (preço de referência) e o gasóleo simples sobe para os 1,37 euros por litro.

Já na semana passada os preços tiveram uma subida significativa, que elevaram o preço de referência para 1,37 euros no gasóleo e 1,59 euros (em média) na gasolina.

Segundo dados da Comissão Europeia, mais de metade do preço de venda dos combustíveis em Portugal resulta de taxas e de impostos, sendo o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) o que representa a maior fatia do valor pago pelos consumidores.

Na semana de 14 de maio, o litro do gasóleo custava 1,35 euros em Portugal – o 10.º mais caro entre os 28 países da União Europeia -, quando o valor, antes de impostos e taxas, era de 0,62 euros. Já a gasolina 95 (a mais vendida) custava em média 1,56 euros por litro, quando antes do IVA, do ISP, da contribuição sobre o setor rodoviário e do adicional por taxa de carbono era de 0,61 euros por litro.

Os dados acrescentam que o preço da gasolina 95 em Portugal é o quinto mais alto na UE-28, sendo 26 cêntimos mais elevado do que o praticado em Espanha. Só Holanda, Itália, Grécia e Dinamarca tinham a gasolina mais cara na semana em análise.

Segundo a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), o ISP representa 47 cêntimos (38,6%) no preço de referência do gasóleo e 66 cêntimos (45,9%) no da gasolina.

Em 2016, o Governo aumentou o ISP em seis cêntimos por litro para corrigir a perda de receita fiscal resultante da diminuição da cotação internacional do petróleo, e comprometeu-se a fazer uma revisão trimestral do valor do imposto em função da variação do preço base dos produtos petrolíferos, o que levou a pequenas reduções do ISP ao longo desse ano. No entanto, em 2017, o Governo deixou de rever o valor do imposto, apesar das variações do preço do petróleo.

Segundo os dados mais recentes da execução orçamental publicado pela Direção-Geral do Orçamento, o Estado arrecadou 803,2 milhões de euros com o ISP no primeiro trimestre deste ano, mais 2,4% do que os 784,1 milhões de euros no mesmo período de 2017. No conjunto do ano passado, o ISP rendeu 3.364,4 milhões de euros aos cofres do Estado, mais 3,2% do que em 2016.

 
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