Mais de 80% de anúncios a alimentos vistos por crianças são de produtos não saudáveis

Mais de 80% de anúncios a alimentos vistos por crianças são de produtos não saudáveis
Foto: Divulgação / CM Guimarães

Mais de 80% dos anúncios a alimentos ou refrigerantes vistos nas redes sociais, em telemóveis ou tablets, por crianças entre os 3 e 16 anos envolvidas num estudo da Direção Geral da saúde são de produtos não saudáveis.

O estudo-piloto, que acompanhou um grupo de 44 crianças entre os 03 e 16 anos entre 28 de fevereiro do ano passado e 20 janeiro deste ano, permitiu igualmente identificar algumas estratégias de adaptação das marcas às restrições à publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos, que continuam a permitir a exposição das crianças ao marketing alimentar.

De acordo com os dados recolhidos, que indicam que em 30% dos casos os proprietários do aparelho são os pais e em 70% as crianças, há sistemas de verificação de idade para aceder aos conteúdos dos websites de algumas marcas de alimentos e bebidas e aumentaram os anúncios que apenas fazem referência à marca, sem que seja identificado um produto alimentar específico.

Durante o ano, as crianças estudadas foram expostas a 18.469 anúncios quando usavam os smartphones ou tablets, 8% (1.476) dos quais a alimentos e bebidas. Destes, 37% são de marcas independentes da indústria alimentar, 24% de aplicações de entrega de refeições e 11% de supermercados.

A aplicação usada no estudo, que foi instalada nos aparelhos das crianças (70%) ou dos pais (30%), recolhe dados relativos ao título do anúncio (apenas anúncios pagos), descrição do seu conteúdo, anunciante, data e hora da exposição, duração da visualização do anúncio (no caso do YouTube), bem como a plataforma através da qual a exposição ao anúncio ocorreu.

Segundo os dados recolhidos, mais de metade dos anúncios a alimentos e bebidas foram vistos no Instagram (56%), 17,5% no YouTube, 14,5% no TikTok, 6,4% no Twitter, 5,6% no Facebook.

O estudo analisou ainda 642 anúncios a alimentos e bebidas de marcas independentes da indústria alimentar e ‘fast food’, tendo concluído que as categorias mais publicitadas foram as bebidas refrigerantes (29,9%), refeições pré-preparadas (19,3%), chocolates e produtos de confeitaria (8,6%), bolos e outros produtos de pastelaria (6,5%) e sumos e néctares de fruta (5,6%).

O estudo, desenvolvido em simultâneo em Portugal, Noruega e Reino Unido, foi promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e os dados nacionais são apresentados hoje pela DGS, no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Famalicão espera milhares de pessoas nas "maiores festas antoninas de sempre"

Famalicão espera milhares de pessoas nas "maiores Festas Antoninas de sempre"

Próximo Artigo
Mais de 80 cervejas artesanais para provar em guimarães

Mais de 80 cervejas artesanais para provar em Guimarães

Artigos Relacionados