Mais de meia centena de investigadores portugueses e espanhóis abrangidos pelos financiamentos do European Research Council (ERC) reuniram-se hoje numa cimeira no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, para partilharem experiências e resultados de algumas investigações.
A ‘ERC Summit 2019’, a primeira cimeira realizada no âmbito do European Research Council (ERC), reuniu hoje em Braga vários cientistas da Península Ibérica que foram financiados por este organismo criado em 2007 com o propósito de promover a investigação científica de ponta na Europa.
A sessão, que contou com a presença dos ministros da ciência português e espanhol, do presidente do ERC, do comissário europeu para a investigação e inovação e do diretor do INL, serviu também para alguns investigadores apresentarem resultados de trabalhos desenvolvidos em vários domínios científicos.
Investigações como ‘Late Glacial and Postglacial Population History and Cultural Transmission in Iberia’ do cientista Javier Fernandéz e ‘Why do parasites love the adipose tissue and can they teach us hhow to treat obesity?’ da cientista Luísa Figueiredo, foram alguns dos trabalhos apresentados durante esta tarde.
Quem também apresentou “alguns” dos resultados de uma investigação que “ainda não está terminada” foi Jean-Pierre Bourguignon, presidente do ERC.
De acordo com o presidente do ERC, o estudo, intitulado ‘Career Impacts of ERC Funding’ pretende fornecer dados sobre o impacto do “avanço da carreira”, mas também sobre “o tipo de carreira” que os membros da equipa de investigação optam após o término do projeto.
O estudo, que fornece “uma visão abrangente do impacto do financiamento do ERC” em investigadores principais, mas também sobre os membros da equipa, concluiu que “44% dos membros da equipa se tornaram cientistas, 60% encontraram empregos em boas instituições ou centros académicos e que 23% arranjaram bons empregos na indústria depois do projeto”.
Jean-Pierre Bourguignon adiantou que “em breve todos os resultados estão prontos”, prevendo que até ao final deste mês o estudo seja divulgado.
A cimeira, que pretende ser uma oportunidade para os investigadores partilharem experiências, promoverem novas candidaturas e identificarem desafios comuns, prossegue durante o dia de amanhã onde conta com a apresentação de mais alguns trabalhos dos beneficiários do ERC Ibérico.
Além das apresentações, a sessão visa trazer a debate temas como a gestão dos projetos, a comunicação das pesquisas assim como dos resultados e a sustentabilidade das equipas de investigação.
Desde 2007, o Conselho Europeu de Inovação (CEI) já financiou mais de nove mil projetos em estados membros da União Europeia e países associados, sendo que o ano passado, o ERC apoiou 704 projetos no âmbito das ciências exatas e engenharia, ciências vivas e ciências sociais e humanas.
O ERC faz parte do ‘Excellent Science’ do Horizonte 2020, um programa da União Europeia para a Investigação e Inovação e representa 17% do orçamento global do programa Horizonte 2020 (13,1 mil milhões de euros).
Em Portugal, o ERC já financiou 89 projetos de investigação, num total de 153 milhões de euros, dos quais 26 foram na área das ciências fisicas e engenharia, 45 das ciências socias e 18 no âmbito das ciências sociais e humanas.