Mais de 44 mil pessoas visitaram antigo navio-hospital Gil Eannes

Mais de 44 mil pessoas passaram, em dez meses, pelo antigo navio-hospital Gil Eannes, construído em 1955 nos estaleiros de Viana do Castelo e resgatado há 17 anos da sucata, altura em que assumiu as funções de museu.

De acordo com números avançados esta segunda-feira pela Fundação Gil Eannes, criada para gerir o navio desde o seu regresso a Viana do Castelo, “desde 01 de janeiro e até 31 de outubro a embarcação recebeu 44.291 visitantes, dos quais 11.019 estrangeiros, sendo que 5.049 foram visitas guiadas, a maioria grupos de estabelecimentos de ensino”.

Construído para apoiar a frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova e Gronelândia e tido como um dos mais emblemáticos que saíram dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), o navio estava prestes a ser desmantelado quando a sociedade civil local se mobilizou para o resgatar.

O regresso à capital do Alto Minho aconteceu a 31 de janeiro de 1998. Ao longo de vários meses foi recuperado nos ENVC – onde tinha sido construído meio século antes -, e no verão desse ano abriu portas como navio-museu, gerido pela fundação com o mesmo nome, de iniciativa municipal.

Segundo aqueles dados, o número contabilizado nos primeiros dez meses deste ano “ultrapassou a média anual de 40 mil visitas, sendo que, até final do 2015 a fundação que gere o navio-museu estima “chegar muito perto dos 50 mil visitantes”.

Desde que abriu portas como navio-museu, em 1998, o Gil Eannes, ancorado na antiga doca comercial de Viana do Castelo, “já contabilizou um total de 703.861 visitas”.

Atualmente, informou a fundação, está em curso uma intervenção de reabilitação do bloco operatório, constituído por sala de operações, sala de desinfeção, sala de esterilização, laboratório de análises, RX de emergência e sala de agentes físicos.

Aquela obra teve início em outubro, com o apoio das entidades fundadores e de empresas locais, e deverá estar concluída em janeiro de 2016.

As visitas ao navio consistem na passagem pela ponte de comando, cozinhas, padaria ou pela casa das máquinas, mas também ao consultório médico, sala de tratamentos e mesmo os gabinetes de radiologia e bloco operatório.

Já as antigas enfermarias foram ocupadas como pousada da juventude, com 60 camas e encerrada desde 2013, mas a bordo existe ainda um simulador que permite navegar, virtualmente, a saída da barra de Viana do Castelo.

Em novembro de 2014 abriu portas o Centro de Mar que representou um investimento de 550 mil euros financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte (ON2) 2007-2013, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

O projeto do Centro de Mar, que nasceu em 2008 no seio da extinta Valimar, associação de municípios do Vale do Lima e transitou para a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, começou por ser desenhado por Ernâni Lopes, enquanto fundador da Saer – Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco.

O novo espaço está dotado, entre outras valências, de equipamentos multimédia, áreas de apoio ao empreendedorismo e economia náutica e diversas experiências audiovisuais interativas.

O navio foi ainda dotado de um percurso museológico e interpretativo sobre a cultura marítima de Viana do Castelo e de um Centro de Documentação Marítima.

 
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