Braga virou a ‘capital’ do Lego durante o fim de semana, com mais de 13 mil visitantes em três dias, de acordo com dados fornecidos pela organização do evento a O MINHO. Foram menos dois mil que na edição anterior à pandemia, mas o balanço geral é “muito bom”, até porque ainda se vive um ano atípico.
Sem receios, miúdos e graúdos rumaram ao Braga Brick Fan Event, que vai na sua quarta edição, para ver as construções feitas a partir de mais de 7 milhões de peças Lego. E o ‘festival’ até decorreu no mesmo local onde a população tem sido vacinada: Altice Forum – que recebeu assim o terceiro grande evento pós-pandémico depois de Salão Auto e a AGRO.
José Olímpio, diretor operacional do Altice Forum, não poupou esforços e acompanhou diariamente todas as vertentes do Brick Braga. A O MINHO, admite que a organização ficou satisfeita com a vertente de qualidade da exposição, a nível de construções mas também de decoração do próprio espaço e de toda a logística associada.
“Eu diria que a nível de peças de construção, a qualidade foi excelente, até porque os próprios construtores que participaram foram unânimes ao elogiar”, refere, apontando que estes “têm uma realidade de percepção diferente do público”.
A nível de publico, a organização também não se queixa, apontando para a cifra dos 13 mil. “Tendo em conta estes dois anos de pandemia e estes novos ciclos de desconfinamento e atividade económica, acho que foi excelente”, avaliou o responsável.
Ainda sem dados concretos sobre vendas nos stands, e apenas se vendiam produtos Lego, “nada de outros brinquedos”, José Olímpico confessa ter um barómetro seguro: “Posso assegurar que houve muitas vendas, e o barómetro que tenho é ter visto muitos miúdos a saírem com caixas na mão”, revela, satisfeito. “Tenho a certeza que a esse nível também foi muito positivo”, assegurou.
Os visitantes também tiveram uma “boa experiência”, afirma o diretor operacional, recordando conversas com vários que se mostraram “muito satisfeitos”. José Olímpio destaca a vertente lúdica para famílias, com o lema do Altice: “mais cultura, mais negócios, mais experiências”. E, considera, o lema foi reforçado.
“Isso deixa-nos felizes”, realça o responsável, apontando a “incógnita” que “tem a ver com a receptividade do público para este ‘novo normal’ – como o chamam – e não sabíamos se conseguiríamos comunicar com o público de maneira a que se sentissem seguros”, admite, sem deixar de mostrar outro lema do Altice: “temos segurança total”.
Jorge Reis tem mais de um milhão de peças Lego
Aos cinco anos, Jorge Reis começou a construir em Lego. 45 anos depois, tem “quase um milhão de peças”, e é um dos mais ávidos promotores do “brinquedo de eleição” para crianças, adultos e avós, como gosta de referir.
Natural de Caminha mas a residir em Braga, o professor de Educação Visual e Tecnológica em Tadim, é um dos principais ‘obreiros’ do Braga Brick Fan Fest – uma das maiores exposições em Lego da Península Ibérica – e destaca a vertente da promoção da igualdade de género nesta edição.
“Este ano um terço das construções foram feitas por mulheres. Correu muito bem, ainda estamos com a porta aberta e a entrar”, disse, pouco antes do encerramento do certame, marcado para as 20:00 horas deste domingo. Em conversa com O MINHO, conta que a paixão nasceu em criança, aos 5 anos, mas só “realmente despertou” aos 25, quando terminou a licenciatura.
Brinquedo da avó
“A minha avó perguntava o que queria de prenda por ter terminado o curso e eu escolhi um Lego Technics (brinquedo mecânico), que permite estudar mecanismos e o funcionamento de motores, algo dinâmico”, recorda. Essa foi, aliás, uma forma escolhida para introduzir aos alunos de EVT o conteúdo que queria ensinar, mostrando o funcionamento das máquinas.
“Consegue-se mostrar ‘legos’ em sala de aula, explicando aos alunos, através da criatividade e capacidade de abstracão, como podem fazer várias construções e isso permite evoluir o aluno, tanto no estudo da Matemática como no estudo de competências tecnológicas”, defende.
Sobre a exposição, revela que são necessários dois dias para a montar. Quanto às construções, chegam já ‘montadas’ e prontas para serem reveladas ao ‘grande público’. Sobre as suas ‘peças’, que rondam um milhão, revela ter já tudo construído, conforme se pode ver na exposição, mas assegura: “Continuo a comprar para novas construções. E acho que atualmente é o brinquedo por eleição de crianças, adultos e avós. Para todas as gerações”.