O novo ciclo do Museu Bienal de Cerveira vai incluir quatro exposições, a inaugurar no dia 28 deste mês, que contam com obras de um total de cerca de 90 artistas, foi hoje divulgado.
Em declarações à agência Lusa, Mafalda Santos, da equipa curatorial e de programação da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC), explicou que as quatro mostras que integram o segundo ciclo expositivo de 2023 do Museu Bienal de Cerveira pretendem “contribuir para criar pensamento em torno da ideia de liberdade”.
“A próxima Bienal [Internacional de Arte de Cerveira] tem como tema a liberdade. Lança a pergunta: És livre? Com estas diferentes visões, estamos a tentar convocar diferentes olhares, perspetivas sobre esta questão”, referiu.
Uma das exposições é “PERSPETIVA 24”, que nasceu de uma conversa entre o curador João Ribas, ex-diretor artístico do Museu de Serralves e atual diretor do espaço REDCAT, na Califórnia, e a curadora Helena Mendes Pereira.
“É uma mostra que reúne 50 artistas, todos nascidos em contexto de liberdade, e que procura fazer um paralelo com uma exposição histórica, com um título semelhante, ‘PERSPETIVA 74’, que foi organizada por Jaime Isidoro, fundador da Bienal [de Cerveira] e o crítico Egídio Álvaro, nos meses que antecederam o 25 de Abril”, especificou Mafalda Santos.
Segundo Mafalda Santos, esta “grande” exposição vai mostrar “um conjunto muito diversificado de obras que fazem um retrato da produção artística contemporânea em Portugal”.
Entre muitos outros, a exposição “PERSPETIVA 24” vai apresentar trabalhos do coletivo Berru, Carla Cruz, Carlos Bunga, Francisco Vidal, Hilda de Paulo, Hugo Brazão, Inês Osório, João Campolargo Teixeira, Kiluanji Kia Henda, Lubanzadyo Mpemba Bula, Mauro Cerqueira, musa paradisiaca, Patrícia Geraldes, Sara Bichão, Vera Mota, Wasted Rita e Xavier Paes.
Já a exposição “Exilados: do arquivo de Henrique Silva aos artistas em Paris” tem curadoria de Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos e será promovida em parceria com a Fundação/Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva.
“Procurámos, através da recolha e observação de documentos, obras, pequenos desenhos de Henrique Silva, um dos sócios fundadores da Bienal de Cerveira, fazer um retrato dos anos vividos em exílio em Paris”, observou a curadora.
Mafalda Santos adiantou que esta exposição pretende retratar as “vivências em liberdade” da produção artística vanguardista na Europa, “enquanto em Portugal ainda se vivia o isolamento da ditadura”.
A exposição conta com trabalhos de António Quadros, Christo e Jeanne-Claude, Eduardo Luís, Lourdes Castro, Maria Helena Vieira da Silva, Mário Cesariny e Ursula Zangger, entre outros.
Numa nota hoje enviada às redações, a FBAC adiantou que a programação inclui ainda o projeto “Livre trânsito_ciclo permanente de residências e intervenções artísticas”. Com curadoria de Mafalda Santos, são apresentados os trabalhos realizados durante a residência artística em Vila Nova de Cerveira do coletivo Oficina Arara e de Nuno Silas.
A exposição da coleção da FBAC “O poder do objeto” selecionou 32 obras de “artistas que, habitualmente ou em algum momento das suas carreiras, utilizaram ou têm vindo a usar ou a incorporar os mais diversos objetos de uso quotidiano na sua prática artística”. A curadoria é de Jorge da Costa.
Para o presidente da FBAC, Rui Teixeira, citado no comunicado hoje divulgado, as quatro exposições apresentam “narrativas muito próprias a partir de obras inéditas, trabalhos criados em residência artística e obras da coleção” da fundação.
As quatro exposições serão distribuídas pelo Fórum Cultural e a Galeria Bienal de Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo. A inauguração está marcada para o dia 28, às 16:00. As mostras vão estar patentes até 24 de fevereiro de 2024.