Um grupo de delegados de turma que representa cerca de 1.000 estudantes do Agrupamento de Escolas de Maximinos, em Braga, exigiu à Câmara de Braga obras urgentes na Escola Básica 2/3 Frei Caetano Brandão, onde apontam infiltrações em várias salas e parcas condições de segurança.
Em comunicado enviado à imprensa, Rodrigo Vieira, porta-voz do movimento que reuniu com “todos os delegados de turma do agrupamento”, esclarece ter entregue “em mãos” à vereadora com o pelouro da Educação uma carta com reivindicações e onde apontam tudo o que consideram prioritário para uma intervenção a curto prazo.
Entre os problemas apontados encontram-se, por exemplo, “as salas do ensino articulado da dança com humidade, infiltrações, infestações e sem isolamento térmico”, ou os “balneários do ensino articulado da dança com humidade, infiltrações, sem isolamento térmico, sem espaço e sem chuveiros”.
Falta de manutenção, falta de equipamento laboratorial, odores após inundações, WC com sanitários velhos e ultrapassados são outros pontos apontados pelo grupo de estudantes, pontos esses que a vereadora reconhece, mas diz ser necessário estabelecer prioridades.
Vereadora cita prioridades
Contactada por O MINHO, Carla Sepúlveda, vereadora com o pelouro da Educação na Câmara de Braga, explica que desde 2021, altura em que a autarquia conseguiu colocar a Frei Caetano Brandão na lista do Governo para as escolas prioritárias a requalificar, ainda não foi dada a autorização para que se inicie um processo concursal para o arranque de obras profundas.
“As grandes requalificações são parte do Estado, e não das autarquias locais, e neste caso são necessários 12 milhões mas o Estado só apontou 4 milhões, ou seja, há uma diferença grande no financiamento. Por isso, no âmbito do financiamento europeu do PRR para recebermos verba, estamos a aguardar o lançamento do aviso, para iniciarmos a candidatura”, disse a vereadora.
Segundo a responsável, já foram feitos os estudos prévios para as obras, mas só devem ser apresentados depois do lançamento do aviso de abertura das candidaturas aos fundos.
“Estamos desde 2021 à espera desta abertura, e não vamos fazer obras profundas porque a escola vai entrar em obras de requalificação total e não faz sentido, contudo, e até porque o nosso país está agora numa fase de turbulência política que pode atrasar ainda mais o aviso, vamos olhar para o que é prioritário”, acrescentou.
Questionada sobre que tipo de obras serão feitas antes da requalificação, Carla Sepúlveda apontou que o principal objetivo é evitar as infiltrações e a água dentro das salas. “Essa é a principal prioridade, quanto às restantes reivindicações ainda vamos ver”, completou.
A vereadora aproveitou para lembrar que o “município herdou uma serie de competências, há um ano, daquilo que foi estratégia da tutela”, mas também herdou “uma série de equipamentos obsoletos, incluíndo as cozinhas das escolas”.
“As nossas prioridades passam por um olhar mais atento aquilo que é imprescindível, como as refeições, e garantir que os equipamentos respondem às necessidades dos alunos, porque alguns estão avariados há anos e muitos custam milhares de euros”, concluiu.